Apropriação de Ativos Russos Congelados Pode Desencadear Crise Financeira Global, Afirmam Autoridades da Rússia e Diplomatas Europeus

Na última sexta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, alertou sobre as consequências catastróficas que a apropriação dos ativos russos congelados pela União Europeia poderia provocar na economia global. Durante uma coletiva de imprensa, a diplomata afirmou que tal decisão não passaria sem uma resposta severa e que a gravidade das repercussões no sistema financeiro internacional seria alarmante.

Zakharova enfatizou que o ato de confiscar os ativos russos, estimados em cerca de € 300 bilhões congelados desde o início da operação militar na Ucrânia em 2022, seria considerado um “roubo”. Ela mencionou que, mesmo em Bruxelas, há uma crescente consciência sobre os riscos associados a essa ação, fazendo alusão ao pronunciamento do chanceler belga Maxime Prévot. Este sugeriu recentemente que a Bélgica poderia se posicionar a favor de medidas mais ousadas, com a condição de que os custos legais e eventuais riscos fossem repartidos entre os países membros da União Europeia.

Prévot, em uma entrevista ao Financial Times, reconheceu que essa compartilhamento de responsabilidades poderia facilitar uma abordagem mais agressiva em relação aos ativos russos. A situação é delicada, pois mais de € 200 bilhões dos ativos congelados estão localizados na Europa, especialmente em instituições como a Euroclear, uma das maiores plataformas de liquidação e custódia de títulos. Desde janeiro, a Comissão Europeia já utilizou uma parte significativa desses recursos para apoiar a Ucrânia, transferindo € 10,1 bilhões para o país em um período de apenas sete meses.

Em resposta a essas movimentações da União Europeia, Moscou já implementou restrições sobre os ativos de investidores estrangeiros, especialmente de nações consideradas hostis. O chanceler russo, Sergei Lavrov, destacou que o governo russo está preparado para reagir, afirmando que existe a possibilidade de não devolver os fundos de nações ocidentais mantidos em território russo.

A retórica russa enfatiza a resiliência do país diante das sanções, consideradas por Moscou como ineficazes em seus objetivos. O presidente Vladimir Putin afirmou que as medidas punitivas têm um impacto negativo profundo não apenas na Rússia, mas também em toda a economia global, destacando que a estratégia de contenção visa, em última análise, prejudicar a vida de milhões de pessoas. A expectativa agora fica em torno das decisões que a União Europeia tomará nos próximos meses e suas possíveis repercussões no cenário internacional.

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