Após incêndio no Havaí, autoridades receiam descobrir dezenas de corpos diariamente, estimando um total de 10 a 20 vítimas.



O incêndio no Havaí, que se tornou o mais letal em mais de um século nos Estados Unidos, continua a causar estragos e incertezas. O balanço oficial divulgado nesta segunda-feira aponta para o número de 99 mortos, mas as autoridades alertam que esse número pode dobrar ou até triplicar ao longo da semana. Equipes de emergência estão empenhadas em buscar sobreviventes com a ajuda de cães farejadores, mas a dimensão do desastre ainda é desconhecida.

A cidade costeira de Lahaina, na ilha de Maui, foi praticamente destruída pelas chamas que se propagaram na madrugada de quarta-feira passada. Os sobreviventes relatam que não receberam nenhum alerta prévio sobre o incêndio. As críticas à atuação das autoridades só aumentam, colocando em xeque a condução da crise. O governador do Havaí, Josh Green, admitiu que as equipes de resgate devem encontrar de 10 a 20 corpos por dia até encerrarem seus trabalhos.

As sirenes da ilha não foram acionadas durante o incêndio, e a senadora pelo estado do Havaí, Mazie Hirono, foi questionada sobre essa falha. Hirono respondeu que aguardará os resultados da investigação anunciada pela procuradora-geral do estado, Anne Lopez. Ela se recusa a dar qualquer desculpa para a tragédia e afirma que o foco no momento é no resgate e na localização de mais corpos.

Os danos causados pelo incêndio são devastadores. Mais de 2.200 estruturas foram atingidas ou destruídas em Lahaina, resultando em um prejuízo calculado em 5,5 bilhões de dólares. Milhares de pessoas perderam suas casas, e apenas dois corpos foram identificados até o momento.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que pretende viajar em breve ao Havaí para avaliar a situação de perto. Vários pequenos focos de incêndio ainda estão ativos na região.

A forma como as autoridades lidaram com a crise tem gerado questionamentos. Apesar do histórico de perigos naturais no Havaí, como tsunamis, terremotos e tempestades violentas, o estado descreveu o risco de incêndios florestais para os habitantes como “baixo” em um plano de emergência divulgado no ano passado. Os mecanismos de advertência também falharam, impedindo que os cidadãos recebessem alertas em seus telefones celulares e deixando de acionar as sirenes de emergência.

Moradores de Lahaina aguardaram por horas para entrar na cidade e procurar por parentes ou animais de estimação perdidos, mas foram alertados sobre multas e até prisão. As críticas e a revolta da população diante da resposta do governo são compreensíveis em um momento de choque e perda.

A empresa de energia Hawaiian Electric também recebe críticas, sendo acusada de não ter desligado suas linhas de energia mesmo diante do risco alto de incêndios e ventos fortes causados por um furacão na região.

A situação no Havaí é grave e ainda está em desenvolvimento. As autoridades enfrentam o desafio de lidar com um dos piores desastres naturais do estado, ao mesmo tempo em que buscam respostas para as falhas e as críticas recebidas. A busca por sobreviventes e a recuperação das áreas afetadas devem continuar nos próximos dias.

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