Segundo informações do médico Luís Fernando Grossklauss, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a distrofia muscular de Duchenne é uma doença genética que afeta principalmente a musculatura do paciente, levando à atrofia muscular e podendo comprometer órgãos vitais como o coração. Os sintomas da doença começam a aparecer por volta dos três anos de idade e progridem rapidamente, levando a uma deterioração cardíaca e respiratória conforme a idade avança.
Atualmente, o tratamento para pacientes com distrofia muscular de Duchenne consiste principalmente no uso de corticoides e fisioterapia. No entanto, os corticoides podem causar efeitos colaterais graves e não interrompem o desenvolvimento da doença. Nesse contexto, a terapia genética apresenta uma nova perspectiva de tratamento. Testes realizados nos Estados Unidos com o Elevidys mostraram melhorias significativas nos sintomas dos pacientes, representando uma esperança de estabilização da doença.
João Batista da Silva Júnior ressaltou a importância de uma análise cuidadosa das terapias genéticas, devido à sua natureza inovadora. Ele explicou que a terapia genética pode ser utilizada apenas uma vez, o que implica que, se um novo tratamento mais eficaz for desenvolvido posteriormente, o paciente não poderá receber a nova droga devido a uma resposta imunológica forte que pode ser fatal.
A Anvisa recebeu o pedido de registro do Elevidys em outubro do ano passado e, após a análise documental, espera discutir os resultados clínicos até junho. Caso o medicamento seja aprovado, será necessário um acompanhamento rigoroso por um período de 15 anos, devido aos possíveis eventos adversos tardios associados à terapia genética. Nos Estados Unidos, o Elevidys foi aprovado de forma provisória, aguardando a confirmação de sua eficácia e segurança para obter o registro definitivo.
Portanto, o processo de registro do Elevidys representa uma etapa importante no tratamento da distrofia muscular de Duchenne, oferecendo uma nova esperança para os pacientes afetados por essa doença genética rara.