As negociações em Paris ocorrem paralelamente a encontros preparatórios entre diplomatas dos EUA e da Rússia na Arábia Saudita. A administração Trump vem buscando maneiras de acelerar os diálogos e reduzir a dependência europeia em relação ao apoio militar americano, colocando os países europeus em uma posição vulnerável e em busca de uma voz ativa nas discussões que envolvem sua segurança coletiva.
Costa enfatizou que, se Trump deseja que a Europa assuma um papel maior na sua própria defesa, o continente deve ser protagonista na formulação de uma nova arquitetura de segurança. Ele argumentou que as negociações devem incluir as preocupações da União Europeia, já que a guerra na Ucrânia não é apenas uma questão bilateral, mas um assunto que toca diretamente a segurança de toda a região europeia.
Recentemente, Trump enviou sinais de que os países europeus poderiam não ter um assento garantido nas mesas de negociação, embora os Estados Unidos tenham solicitado informações sobre o suporte militar e financeiro que os europeus poderiam oferecer à Ucrânia. Essa situação gera apreensão entre as nações do continente, que temem um acordo final que ignore suas perspectivas e necessidades.
O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, também se manifestou, sublinhando a urgência de que a Europa se defina sobre o que pode contribuir para as negociações. Ele destacou a necessidade de investimentos substanciais que possam ser aplicados em iniciativas relevantes, com um foco especial na assistência à Ucrânia.
Neste contexto, a visão de Costa e outros líderes é clara: qualquer futura estrutura de segurança na Europa deve ser elaborada tendo em conta as realidades do continente e a importância de um envolvimento ativo dos países europeus, ao invés de se relegar a um papel secundário frente a decisões que têm profundas repercussões em sua soberania e estabilidade.