ANJ manifesta repúdio e preocupação com ataques ao Estadão e seus profissionais por reportagens incômodas sobre a mulher do chefe do Comando Vermelho.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) se pronunciou nesta segunda-feira, 20, manifestando sua indignação e preocupação diante dos ataques vindos de diferentes setores após a publicação de reportagens pelo Estadão que revelam o acesso da mulher do chefe do Comando Vermelho no Amazonas a gabinetes do Ministério da Justiça.

Em nota, a entidade repudiou veementemente as tentativas de intimidação contra o jornal e seus profissionais, bem como contra outros veículos e jornalistas, por parte de líderes partidários, membros e apoiadores do governo e influenciadores. A ANJ ressaltou que utilizar métodos de intimidação contra a imprensa é totalmente oposto aos valores democráticos e representa um desrespeito à liberdade de imprensa.

A advogada Janira Rocha, financiada pelo Comando Vermelho, teve acesso a gabinetes no Ministério da Justiça, gerando polêmica. Os ataques direcionados ao Estadão e seus profissionais foram amplificados após postagens da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, e do ministro da Justiça, Flávio Dino. Tais ataques foram repudiados por políticos de diferentes partidos e diversos profissionais da imprensa.

As reportagens do Estadão revelaram que Luciane Barbosa Farias, mulher do líder do Comando Vermelho no Amazonas, teve acesso ao Ministério da Justiça em duas ocasiões. Também foi revelado que a advogada Janira Rocha, financiada pelo Comando Vermelho, foi a responsável por pedir as duas reuniões. O ministério admitiu erro e mudou procedimentos para reuniões, exigindo agora o envio de nome e CPF dos participantes com antecedência mínima de 48 horas, entre outras medidas.

É importante ressaltar que a ANJ e profissionais de diferentes veículos condenaram veementemente os ataques à jornalista Andreza Matais e ao jornalismo profissional como um todo. A entidade também destacou que a reação furiosa nas redes sociais não diminui a qualidade da apuração da reportagem, apenas evidencia a incapacidade de certos setores em conviver com o jornalismo independente.

Diante disso, a ANJ espera que a liberdade de imprensa seja respeitada e que o debate sobre as ideias e os fatos prevaleça, sem perseguições e ataques. A associação reitera seu apoio ao jornalismo independente e seu repúdio a qualquer tentativa de intimidação e cerceamento da liberdade de imprensa.

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