Angra 3: Eletronuclear vê futuro promissor em obras de usina que podem ser retomadas em dezembro, segundo presidente da estatal.

A usina nuclear Angra 3, localizada no estado do Rio de Janeiro, está prestes a ter seu futuro decidido em uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) marcada para o dia 4 de dezembro. Esta usina, que já está em construção há quase 40 anos, enfrenta desafios significativos, mas agora a expectativa é positiva quanto à sua conclusão, segundo declarações de Raul Lycurgo, presidente da Eletronuclear.

Atualmente, o Brasil conta com duas usinas nucleares em operação, Angra 1 e Angra 2, que somam apenas 1% da produção total de energia no país. Angra 3, por outro lado, foi paralisada em 2015 com 68% das obras já realizadas. Em entrevista, Lycurgo enfatizou a importância de finalizar Angra 3, alegando que a conclusão da usina é crucial para a diversificação da matriz energética brasileira e um passo fundamental em direção a uma matriz 100% limpa. O presidente expressou um otimismo fundamentado, apoiado por estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Lycurgo apontou que o custo estimado para finalizar a usina gira em torno de R$ 23 bilhões, o que é quase equivalente às perdas de aproximadamente R$ 21 bilhões que o Brasil teria caso o projeto não seja levado adiante. Além disso, os gastos não se limitam apenas à construção. A usina gera custos significativos, como R$ 120 milhões anualmente com pessoal e cerca de R$ 720 milhões com serviços de dívida, totalizando quase R$ 1 bilhão em despesas anuais.

O presidente da Eletronuclear também mencionou que a finalização do projeto poderia criar cerca de 7.500 empregos ao longo dos próximos cinco anos, o que representa uma contribuição importante para a economia local e nacional.

Lycurgo defendeu a energia nuclear como uma peça-chave na transição energética do Brasil, especialmente em um momento em que o número de países investindo nesse tipo de energia cresceu de 25 para 31 em um período de apenas um ano. A abundância de urânio no Brasil coloca o país em uma posição estratégica para não apenas consumir essa energia, mas também se tornar um exportador no futuro, o que poderia agregar valor à economia nacional e promover a geração de empregos.

Para atingir as ambiciosas metas do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, que prevê a implementação de 14 gigawatts de energia nuclear nas próximas três décadas, é necessário estabelecer um novo marco legal que permita a entrada do setor privado no setor nuclear, além do apoio da Eletronuclear. A expectativa é de que se reafirme a importância do investimento no setor energético nuclear, não só para solucionar os desafios da produção de energia do país, mas também para garantir um futuro sustentável e eficiente na área energética.

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