Os jogadores Casemiro e Alexsandro foram fundamentais para a consistência defensiva. Casemiro, especialmente, se destacou ao controlar a entrada da área e buscar passes verticais, ainda que tenha enfrentado dificuldades pela falta de opções. O estreante Alexsandro mostrou-se um verdadeiro achado, apresentando firmeza e habilidade que reforçaram a retaguarda da equipe.
No sistema 4-3-3, a estratégia defensiva funcionou bem, com Casemiro recuando entre os zagueiros, criando uma linha de cinco na defesa. Isso garantiu um controle eficaz do jogo, impedindo o Equador de explorar a profundidade. A Seleção venceu 59% dos duelos físicos, mostrando solidez e organização defensiva — um belo desempenho que merece reconhecimento.
Porém, no tocante à produção ofensiva, a equipe não conseguiu brilhar. O índice de acerto nos passes ficou em apenas 83%, e o Brasil registrou apenas três finalizações em todo o jogo. A movimentação dos jogadores parecia desconectada, com algumas tentações criativas, como a coragem de Estêvão, mas novamente, a falta de intensidade pesou. Apesar do esforço de Richarlison, que lutou incansavelmente, a criação de jogadas foi praticamente inexistente, com Gerson e Bruno Guimarães distantes da ação.
Claramente, a vontade dos talentosos em se sacrificar defensivamente está presente, mas o grande dilema continua: como libertar esse talento criativo tão característico do Brasil? O DNA ofensivo, que envolve leveza, improviso e precisão nas finalizações, ainda não foi plenamente revelado. Para além da estratégia, é crucial que a Seleção recupere a sede de vitória e a alma que a definem.
Agora, Ancelotti, que já demonstrou habilidade em montar uma equipe leal e obediente, precisa encontrar a forma de soltar as amarras criativas dos jogadores. O sacrifício só terá significado se aparecer acompanhado do brilho que sempre foi a essência do futebol brasileiro.