Analistas apontam que a tensão entre Washington e Brasília, especialmente em relação à deportação de imigrantes e o crescente distanciamento econômico dos países que fazem parte dos BRICS em relação ao dólar, podem colocar o Brasil na linha de mira de possíveis medidas protecionistas. Esta situação não se restringe apenas ao Brasil; há um receio de que essa medida individual possa abrir um precedente perigoso que permita a aplicação de ações semelhantes contra outros membros do Mercosul. Um especialista em comércio internacional observa que a implementação de tarifas sobre o Brasil teria um impacto direto não apenas na economia brasileira, mas também em todo o bloco, afetando negativamente as relações comerciais entre os países membros.
Ainda que as tarifas sejam uma ação bilateral, a potencial escalada de uma “guerra comercial” já observada entre os EUA e nações como China, Canadá e México levanta preocupações sobre um efeito dominó que poderia afetar toda a América do Sul. Neste contexto, as divisões internas do Mercosul complicam uma resposta unificada. Há quem defenda que o bloco deve se organizar para enfrentar essas ameaças, considerando a gravidade das consequências que uma guerra tarifária pode trazer, considerando eventos históricos que já causaram crises significativas no passado.
No entanto, os especialistas divergem sobre a melhor abordagem a ser adotada. Sugere-se que fortalecer laços comerciais com outras regiões, como a Ásia e a União Europeia, poderia servir como uma estratégia alternativa. A interdependência econômica e a necessidade de diversificação das relações comerciais podem proporcionar um caminho mais seguro em tempos de incerteza. Com isso, o Mercosul pode não apenas proteger suas economias, mas também reforçar a relevância do bloco no cenário internacional, o que é crucial à medida que o comércio global se torna cada vez mais volátil e sujeito a políticas protecionistas.









