Uma das principais questões levantadas é o programa de modernização das armas nucleares do Pentágono, que está estimado em 1,7 trilhão de dólares (cerca de R$ 10,1 trilhões). Esse programa tem como objetivo atualizar o arsenal de mísseis balísticos intercontinentais, submarinos nucleares, bombardeiros estratégicos, instalações de produção de ogivas nucleares e silos de mísseis.
De acordo com um relatório da Fundação Roscongress, organização russa sem fins lucrativos, os gastos com o programa de modernização incluem US$ 138 bilhões (R$ 823 bilhões) para a modernização de ogivas nucleares até 2049 e cerca de 500 bilhões de dólares (R$ 2,9 trilhões) para o gerenciamento de estoques, o desmantelamento de ogivas antigas, pesquisa e desenvolvimento, testes e novas infraestruturas.
Berletic destacou que os Estados Unidos estão passando de décadas de “pequenas guerras” para um interesse renovado em competir com grandes potências, como Rússia e China. No entanto, ele ressaltou que o país enfrenta dificuldades em alcançar as capacidades estratégicas de seus principais adversários, principalmente no campo das armas nucleares.
O analista criticou a doutrina estratégica dos EUA e o sistema econômico disfuncional, que prioriza o lucro em detrimento do propósito, inclusive no que diz respeito à segurança nacional. Ele apontou que os desafios de produção de armas convencionais também têm impacto na modernização do arsenal nuclear americano.
Apesar disso, os Estados Unidos e seus aliados continuam aumentando as tensões nucleares, especialmente com a Rússia e a China, através de novos passos na escalada em crises internacionais como a da Ucrânia e Taiwan, incluindo ameaças nucleares.
Em meio a essas questões, fica evidente a complexidade e os desafios que os Estados Unidos enfrentam em sua política de defesa e modernização militar, em um cenário de competição global cada vez mais acirrada.