Análise de água em Mina 18 descarta óleo e revela agrotóxicos e decomposição na Lagoa Mundaú, alertando sobre a qualidade ambiental da região.



Recentemente, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) conduziram uma análise detalhada da água da Lagoa Mundaú, especificamente nas proximidades da região conhecida como Mina 18. Os resultados da pesquisa descartam a presença de óleo na área, revelando, em vez disso, um significativo processo de decomposição de matéria orgânica, além da contaminação por agrotóxicos.

O estudo foi realizado por uma equipe do Projeto Lagoa Viva, que inclui especialistas dos Laboratórios de Aquicultura e Ecologia Aquática, de Instrumentação e Desenvolvimento em Química Analítica, e de Separação e Otimização de Processos. As amostras de água foram coletadas em setembro, um momento em que já haviam sido identificadas mudanças no ecossistema local.

O professor Emerson Soares, do Centro de Ciências Agrárias da Ufal, relatou que a análise revelou a presença de altos níveis de compostos como amônia, nitrito e fósforo, além de metais pesados como manganês e ferro. Foram identificados ainda agroquímicos como DDT e Lindano, substâncias que levantam preocupações sobre os impactos ambientais na região. A origem da mancha de decomposta orgânica parece estar relacionada a essas contaminações.

A mancha em questão foi inicialmente capturada por um canal do YouTube, que registrou a sua ocorrência em setembro e novamente em novembro. Na segunda filmagem, foram observados peixes mortos, o que aumentou a preocupação com a saúde do ecossistema local. Apesar disso, a equipe da Ufal não conseguiu coletar amostras do local exato da mancha devido ao seu desaparecimento rápido, o que dificultou análises mais profundas.

Emerson Soares enfatizou que, enquanto a análise dos compostos na água sugere uma contaminação ambiental, não é possível, até o momento, estabelecer uma ligação direta entre a mancha e a Mina 18. Alterações em compostos como cloreto e condutividade elétrica foram registradas, mas não suficientes para afirmar que a mina é a responsável pela formação da mancha.

No resumo, as evidências sugerem que a mancha é consequência de um acúmulo de agroquímicos e de decomposição orgânica, com a certeza de que não se trata de petróleo, devido aos baixos níveis de hidrocarbonetos encontrados. A situação levantou novos alertas sobre a necessidade de monitoramento contínuo da qualidade da água na região.

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