Um dos momentos mais icônicos dessa edição foi a introdução da pira olímpica. Pela primeira vez, o fogo simbólico foi aceso no topo de uma torre do Estádio Olímpico de Amsterdã, inaugurando uma tradição que se tornou um dos pontos altos das cerimônias de abertura de todas as Olimpíadas subsequentes. Esta edição contou com 2.883 atletas provenientes de 46 nações, reforçando o espírito de união e confraternização olímpica.
Outra inovação de destaque foi a organização do desfile das delegações, que começou com a entrada dos atletas da Grécia, honrando as raízes históricas dos Jogos, e terminou com a delegação do país anfitrião, Holanda. Esse protocolo, adotado pela primeira vez em Amsterdã, tornou-se uma tradição nos Jogos Olímpicos.
A participação feminina também passou por uma revolução em Amsterdã. As mulheres foram autorizadas, pela primeira vez, a competir na ginástica artística e em cinco provas de atletismo. No entanto, a presença feminina nos esportes ainda enfrentava preconceitos. Notícias falsas disseminaram a ideia de que a corrida de 800 metros tinha sido desastrosa e perigosa para as mulheres, resultando na exclusão de provas com mais de 200 metros para elas até os Jogos de 1960.
Além das mudanças estruturais e regulamentares, os Jogos de Amsterdã foram palco de atos de espírito esportivo que se eternizaram na história olímpica. Um episódio memorável envolveu o australiano Henry Pearce durante a competição de remo. Ao avistar uma família de patos atravessando seu caminho na água, Pearce parou para permitir a passagem dos animais. A atitude benevolente não prejudicou seu desempenho, e ele conseguiu vencer a prova e, posteriormente, conquistar a medalha de ouro.
As Olimpíadas de Amsterdã deixaram um legado duradouro, estabelecendo novas tradições e abrindo portas para a evolução do esporte feminino. Cada edição dos Jogos Olímpicos evoca memórias e histórias que continuam a inspirar futuras gerações, reforçando os valores de respeito, amizade e excelência que formam a base do movimento olímpico.