Americanas busca aprovar plano de recuperação judicial até dezembro e adia venda de Uni.co e Hortifruti para 2025. Quer reduzir dívida para R$1 bi em 2025.


A Americanas apresentou ao mercado nesta quinta-feira os resultados financeiros de 2021 e 2022, revelando planos ambiciosos para a recuperação da empresa. Durante a apresentação, executivos afirmaram que a meta é aprovar o plano de recuperação judicial até dezembro, mas a venda da Uni.co, dona da Imaginarium e da Puket, e da Hortifruti Natural da Terra (HNT) ficará para 2025.

O presidente da Americanas, Leonardo Pereira, anunciou que a empresa pretende refinanciar as operações da Uni.co e que a análise do HNT continua em andamento. Ele ressaltou que as marcas continuarão sendo operadas pela Americanas até que sejam vendidas por um preço justo. Pereira também revelou que a meta é buscar o aumento da geração de caixa da Hortifruti Natural da Terra para melhorar a operação e oferecer o ativo por um preço mais alto do que vinha sendo oferecido pelos interessados.

Com relação à dívida financeira bruta, que atualmente está em R$ 37,3 bilhões, a empresa planeja reduzi-la para algo entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão até 2025, desde que o plano de recuperação judicial seja aprovado. Essa divulgação era muito aguardada pelo mercado, pois sem saber ao certo o tamanho do prejuízo da companhia, a Americanas vinha enfrentando dificuldades para negociar com os credores a aprovação do plano.

Os números divulgados revelaram que a empresa teve perda de R$ 6,2 bilhões em 2021 e de R$ 12,9 bilhões em 2022, o maior da história. A ideia da empresa é marcar a assembleia de credores para o dia 19 de dezembro, véspera do recesso do judiciário, e a diretora financeira da varejista, Camille Faria, estimou que a recuperação judicial possa ser homologada em 2024.

Em outubro, a Americanas alterou uma das premissas do plano de recuperação judicial, com os acionistas de referência – os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles – comprometendo-se a aportar no curto prazo R$ 12 bilhões, em vez dos R$ 10 bilhões inicialmente previstos. Além disso, outra mudança no plano envolve o aumento da contrapartida por parte dos credores, que passarão a receber em forma de ação R$ 12 bilhões, em vez dos R$ 10 bilhões previstos anteriormente.

Leonardo Coelho Pereira afirmou que a empresa foi vítima de uma fraude sofisticada e bem arquitetada, e assumiu a missão de recuperá-la. Apesar das mudanças no plano de recuperação, fontes ligadas aos credores revelaram que o novo plano ainda não é unanimidade. As expectativas são de que a Americanas continue a lutar pela recuperação judicial e busca de melhorias em suas operações, visando a aprovação do plano até dezembro e a recuperação total da empresa nos próximos anos.

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