Além da redução da vegetação florestal, os dados revelam uma retração significativa de 2,6 milhões de hectares em áreas de superfície coberta por água, florestas alagadas, apicuns e manguezais. Juntas, essas mudanças criam um quadro preocupante sobre o estado ambiental da Amazônia, com 83% das áreas modificadas sendo documentadas nos últimos 40 anos. Essa alteração drástica foi impulsionada, em grande parte, pela expansão da pecuária e da agricultura, que têm avançado em detrimento da vegetação nativa.
Os números relacionados à pecuária são particularmente alarmantes: em 1980, o território ocupado por essa atividade era de 12,3 milhões de hectares, enquanto a previsão para 2024 é de impressionantes 56 milhões de hectares. O crescimento da agricultura também é notável, com um aumento de mais de 110 vezes, passando de apenas alguns milhares de hectares para 352 mil hectares. A mineração, embora representando uma área menor, também experimentou uma expansão significativa, subindo de 26 mil hectares para 444 mil.
Atualmente, o cultivo de soja é um dos componentes-chave da ocupação agrícola na Amazônia, com sua área aumentando para 5,9 milhões de hectares em 2024. Entretanto, os dados indicam que a soja deixou de ser um dos principais fatores de desmatamento graças à Moratória da Soja, um acordo de 2006 que proíbe a compra de grãos oriundos de áreas desmatadas. Essa mudança na dinâmica de exploração agrícola resultou em uma diminuição de 68% no desmatamento direto para novas plantações desde 2008, uma notícia alentadora em meio ao cenário de perdas.
A situação na Amazônia serve como um chamado à ação, destacando a necessidade urgente de proteger este bioma vital e suas funções ecológicas. Salvaguardar a Amazônia não é apenas uma responsabilidade local, mas uma questão de impacto global, dada sua importância para o clima mundial e a biodiversidade.