O laboratório, estabelecido em 2018 pelo braço de nuvem da Amazon Web Services, foi um espaço de inovação e desenvolvimento que, ao longo de seis anos, contribuiu significativamente para a pesquisa em inteligência artificial. Wang Minjie, um dos cientistas do laboratório, comunicou através da popular rede social chinesa WeChat que sua equipe estava sendo dissolvida como parte desses ajustes estratégicos. Ele refletiu sobre sua experiência liderando a equipe durante o que chamou de “era de ouro dos laboratórios de pesquisa estrangeiros na China”.
Sob sua direção, o laboratório conseguiu publicar mais de 100 artigos acadêmicos e se destacou no desenvolvimento de uma estrutura de código aberto para redes neurais. Essa inovação foi particularmente significativa, uma vez que permitiu que sistemas computacionais trabalhassem de forma mais eficiente com dados complexos, representados como gráficos. O sucesso dos projetos desenvolvidos no laboratório resultou em quase US$ 1 bilhão em vendas para a Amazon, demonstrando a importância da pesquisa realizada na China para os objetivos globais da companhia.
A decisão de encerrar as atividades em Xangai reflete não apenas as dificuldades enfrentadas pelas empresas americanas em um mercado cada vez mais complicado, mas também levanta questões sobre o futuro da colaboração tecnológica entre os dois países. Economistas e analistas de mercado já estão avaliando as implicações deste fechamento, que pode sinalizar uma mudança mais ampla nas dinâmicas de pesquisa e desenvolvimento internacionais. Com o crescente protecionismo e a busca por autonomia tecnológica por parte da China, será necessário observar como essa tendência poderá afetar a atuação de multinacionais no país nos próximos anos.