Os resultados indicam que a AD conseguirá assegurar 86 assentos na Assembleia, embora esse número esteja abaixo dos 116 necessários para a obtenção de uma maioria absoluta. Em comparação com a eleição de 2024, a AD conseguiu aumentar sua representação em seis cadeiras. O Partido Socialista (PS), liderado por Pedro Nuno Santos, ficou em segundo lugar, conquistando 23,4% dos votos, enquanto o partido ultradireitista Chega, sob a liderança de André Ventura, obteve 22,6%, praticamente empatando com os socialistas.
A liderança de Montenegro já era antecipada por diversas pesquisas conduzidas na semana que antecedeu as eleições, mas os levantamentos também sinalizavam que não haveria uma maioria clara para nenhum dos partidos competidores. Para o PS, o resultado é um indicativo de uma derrota significativa, representando o seu pior desempenho eleitoral desde 1987, com a eleição de apenas 58 deputados, uma redução significativa em relação aos 78 que detinha anteriormente. Decorrente de seu crescimento, o Chega também elegeu 58 parlamentares, um aumento em comparação aos 50 deputados que havia conquistado anteriormente.
A realização desta eleição antecipada se deu em meio a um cenário de instabilidade política, exacerbada por uma moção de confiança não aprovada, após a qual Montenegro optou por buscar um novo mandato. Durante a campanha, Montenegro deixou claro que não deseja a colaboração de partidos ultradireitistas, embora especialistas sugiram que ele poderá buscar alianças com o partido Iniciativa Liberal (IL), que, por sua vez, conquistou apenas 9 cadeiras.
O clima eleitoral foi marcado pela discussão de temas cruciais, como saúde pública, crise habitacional e imigração. O escândalo envolvendo a empresa de consultoria da família de Montenegro elevou as preocupações com a corrupção, servindo como um dos motores para a convocação antecipada das eleições. A questão da imigração, destacada pelo Chega em sua plataforma, também influiu no debate político, levando diversos partidos a analisar formas de regulamentar a entrada de estrangeiros no país, refletindo a crescente preocupação com os limites dos serviços públicos diante de uma população ressignificada pela imigração.
Este pleito em Portugal se insere em um contexto mais amplo, onde outras nações europeias, como Romênia e Polônia, também realizaram eleições, evidenciando uma movimentação política significativa no continente. O resultado das eleições, assim como as configurações parlamentares que se desenrolarão a partir delas, promete manter o cenário político português em um constante estado de efervescência e negociação.