A situação em Israel é complexa, especialmente considerando o ambiente de tensão provocado pela situação em Gaza e a crescente insatisfação pública em relação ao governo. Embora as manifestações contra Netanyahu tenham diminuído, acredita-se que isso se deva tanto à repressão quanto ao desgaste dos protestos. Desde o ataque em 7 de outubro, o apoio ao partido Likud, liderado por Netanyahu, apresentou uma leve recuperação nas pesquisas de opinião, ainda que sua coalizão de governo permaneça atrás dos partidos de oposição.
Os aliados de Netanyahu demonstram confiança de que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuará a apoiar fortemente Israel. A expectativa é de que essa favorabilidade possa ser usada como um impulso para a agenda governamental. A administração Trump, caracterizada por escolhas de figuras como Pete Hegseth e Mike Huckabee, já havia estabelecido uma amizade com a direita israelense, o que oferece a Netanyahu uma plataforma de apoio. Além disso, o primeiro-ministro vem adotando táticas semelhantes às de Trump para descreditar opositores, insinuando conspirações contra sua liderança.
Enquanto isso, figuras proeminentes dentro do governo, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, têm pressionado Netanyahu a demitir a procuradora-geral Gali Baharav Miara, a quem acusam de agir contra os interesses do governo. Apesar das negações do gabinete em relação à demissão de seus principais conselheiros de segurança, existe uma clara determinação para reviver a ideia de reformar o sistema judicial e, em particular, a Suprema Corte, um passo que poderia ter implicações significativas para a abordagem do governo diante de questões cruciais no cenário político e de segurança do país.