O deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, não poupou críticas e afirmou que o apoio da estrutura política e financeira do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não foi suficiente para garantir um público expressivo. Guimarães destacou que, apesar dos esforços, o evento teve uma adesão aquém das expectativas, irônica ao afirmar: “toda a estrutura do Tarcísio não garantiu público”.
O tom de ironia foi ecoado entre outros aliados de Lula, como o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele também mencionou a escassez de participantes no ato, considerando as centenas de ônibus que transportaram manifestantes. Farias reforçou a ideia de que a maioria da população rejeita a proposta de anistia para os presos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro, conforme indicou uma pesquisa realizada pelo instituto Quaest, que revelou que 56% dos brasileiros são contra tal medida.
Comentando sobre o evento, André Janones (Avante-MG) descreveu a manifestação como mais um fracasso, observando que os bolsonaristas esperavam reunir um número significativo de pessoas, mas não conseguiram encher nem mesmo um quarteirão da famosa avenida paulista. Por sua vez, a Ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, sublinhou que a grande maioria da população não apoia a anistia e utilizou a ocasião para defender a posição do Judiciário em punir aqueles que participaram do tumulto de janeiro.
A avaliação do público presente no ato girou em torno de 45 mil a 59,9 mil participantes, com o Monitor do Debate Político da USP informando a menor estimativa e o Datafolha apresentando um número intermediário. A discrepância nos números culminou nas alegações de Eduardo Bolsonaro, licenciado do cargo de deputado federal e atualmente nos Estados Unidos, que chegou a afirmar que até um milhão de pessoas teria comparecido ao evento.
Este episódio não só ressalta as divisões políticas no Brasil, como também acirra o debate sobre temas sensibles como a anistia e a legitimidade das manifestações populares, refletindo a polarização que caracteriza a atual situação política do país.