De acordo com o gestor André Lima, do Ministério do Meio Ambiente, o controle do desmatamento é fundamental para reduzir a incidência de incêndios florestais. “O combate ao desmatamento é uma ação fundamental para reduzir também os índices de incêndios, tanto que nos municípios prioritários de combate ao desmatamento não houve o crescimento de incêndios florestais que está havendo em outras regiões”, afirmou Lima. Ele destacou que a Amazônia brasileira sofreu a queima de mais de 2,6 milhões de hectares, representando 0,63% do território, mas que houve uma redução de 47% no índice de desmatamento neste ano.
Para fortalecer a prevenção e combate às queimadas, 48 municípios, onde ocorre 70% do desmatamento, assinaram o Programa União com Municípios, o que resultou em investimentos de R$ 770 milhões para a regularização ambiental e fundiária. Além disso, um incremento de R$ 405 milhões disponíveis no Fundo Amazônia será destinado aos corpos de bombeiros dos estados amazônicos, e um crédito extraordinário no valor de R$ 137 milhões beneficiará o Ibama e ICMBio, além dos Ministérios da Justiça e da Defesa.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, informou que o órgão está atuando desde o início da ocorrência dos incêndios e que existe a previsão de contratação de 2.109 brigadistas temporários. “Nós contabilizamos 20 incêndios florestais de porte significativo no estado do Amazonas. Boa parte já foi extinta com ação direta de nossos brigadistas”, declarou Schmitt. O estado vive uma situação de emergência ambiental decretada desde julho devido ao aumento das queimadas e à piora da qualidade do ar.
Nessa luta contra o fogo, a Operação Tamoitatá tem sido um elemento crucial. Essa operação, já em sua quarta edição, visa reprimir crimes ambientais no sul do estado, onde ocorrem 80% dos focos de incêndio. Além dessa, a Operação Aceiro e a Operação Céu Limpo envolvem 412 agentes, incluindo bombeiros militares, brigadistas florestais civis e militares da Força Nacional.
O problema do insuficiente número de fiscais ambientais também foi abordado pelo representante do Comando Nacional dos servidores do Meio Ambiente, Roberto Cabral. “Nós temos hoje, basicamente, um fiscal para cada 10 mil quilômetros quadrados do Brasil”, apontou Cabral, clamando por um aumento no contingente de fiscais para uma ação mais eficaz.
Ao final da audiência, o deputado Amom Mandel cobrou ações mais contundentes do estado, salientando que a atuação atual é insuficiente para combater a crise climática que prejudica significativamente a população local. Ele reiterou a urgência de intensificar as ações de combate ao desmatamento e às queimadas, dadas as implicações devastadoras para o meio ambiente e a saúde das comunidades amazônicas.