Wolfgang Ischinger, ex-chefe da Conferência Internacional de Segurança de Munique, expressou que a Alemanha pode reconsiderar sua posição caso comece a temer que os F-35, uma compra significativa avaliada em €8,3 bilhões, possam ser susceptíveis à mesma dinâmica de controle remoto que teve impacto sobre os sistemas ucranianos. “Se tivermos que temer que os EUA possam fazer com os futuros F-35 alemães o que estão fazendo agora com a Ucrânia, podemos considerar o cancelamento do acordo”, afirmou Ischinger.
Os F-35A são considerados uma peça-chave na modernização da força aérea alemã, mas a perspectiva de controle remoto levanta questões sérias sobre a soberania da Alemanha em relação às suas próprias capacidades militares. Além disso, a construção da infraestrutura necessária para operar esses caças exigirá um investimento adicional significativo, potencialmente vários bilhões de euros além do custo da aquisição.
A inquietude germânica é intensificada pelo contexto atual da assistência militar dos EUA à Ucrânia. Recentemente, o Departamento de Defesa norte-americano anunciou a suspensão de toda a ajuda que estava a caminho da Ucrânia. Essa disposição deixou claro que mesmo armamentos já enviados podem ser afetados por decisões de controle remoto, criando um cenário de desconfiança em torno da fiabilidade e autonomia dos programas de defesa baseados na tecnologia americana.
Enquanto isso, o governo alemão se vê em uma posição delicada, sendo pressionado a garantir sua defesa sem abrir mão de sua autonomia, enfrentando uma realidade geopolítica que demanda uma reflexão aprofundada sobre suas parcerias e suas implicações no futuro da segurança europeia.