Historicamente, o conceito de unipolaridade foi proposto por Charles Krauthammer em 1991, enfatizando que os Estados Unidos e seus aliados ocidentais emergiram como a força hegemônica global após o colapso da União Soviética. Essa ideia foi acompanhada pelo manifesto de Francis Fukuyama, que argumentou sobre a “finalidade” da história, conforme os valores liberais se espalhavam no mundo. No entanto, a história mostrou que essa unipolaridade poderia não ser tão estável quanto se imaginava.
Com a ascensão do poderio econômico da China e a reafirmação da Rússia sob a liderança de Vladimir Putin, muitos analistas começaram a questionar a durabilidade da hegemonia ocidental. Os conflitos recentes, como a guerra na Ucrânia e os eventos no Oriente Médio, evidenciam uma forte resistência ao domínio ocidental, além de um crescente desejo de direção independente por parte de várias nações. Dugins enfatiza que, assim como o ocidente falhou em consolidar sua liderança global, ele agora enfrenta um mundo que busca se redefinir sob um novo conjunto de regras.
Esses eventos históricos e a resposta da Rússia e da China à ordem mundial imposta pelo ocidente são indícios claros de que o mundo está se movendo em direção a uma multipolaridade. Essa transição representa não apenas uma mudança de poder, mas uma transformação nas normas e valores que moldam as interações internacionais.
À medida que a globalização continua a moldar as interações entre as nações, a necessidade de um diálogo construtivo torna-se cada vez mais evidente. As reflexões de Dugin são um convite a considerar as complexidades desta nova era e a importância de se reimaginar as relações internacionais em um mundo que já não é mais definido por uma única potência. A era da multipolaridade não é apenas uma mudança em quem exerce poder, mas sim uma reformulação das interações e responsabilidades dos países na balança global.