Entre os pacientes atendidos, está um idoso de 66 anos de Estrela de Alagoas, que foi o 50º a ser submetido ao procedimento de trombólise no ano passado. A trombólise é uma intervenção que utiliza medicamentos específicos para dissolver coágulos no cérebro, condição comum em casos de derrame. Inicialmente, esse paciente foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira dos Índios. Com o auxílio do aplicativo de telemedicina Join, parte do Programa AVC Dá Sinais, foi possível compartilhar informações cruciais que aceleraram o atendimento deste caso.
Transferido para a Unidade de AVC do HEA, o paciente passou por exames de imagem e avaliação clínica, sendo diagnosticado com um AVC isquêmico. Após a trombólise, ele apresentou melhoras significativas em seu déficit motor e desvio labial.
“Olhando as estatísticas, vemos rostos, nomes e histórias de pessoas que retornaram para suas vidas e seus trabalhos. Isso enche nossos corações de orgulho”, comentou a diretora-geral do HEA, Bárbara Albuquerque, destacando os certificados internacionais obtidos pela unidade, que a classificam entre as melhores do mundo em termos de atendimento.
Em reconhecimento à elevada capacidade de resolução de casos, a Unidade de AVC do HEA recebeu, em agosto deste ano, o certificado WSO Angels Award Platinum Status, concedido pela iniciativa internacional Programa Angels, da Boehringer Ingelheim, que atesta a alta eficiência assistencial da unidade.
Para celebrar o aniversário, foram realizadas palestras e eventos educativos. No auditório do Sest Senat em Arapiraca, o neurologista Cledson Ventura proferiu a palestra “A importância das Unidades de AVC no tratamento dos pacientes portadores de AVC”, ressaltando o papel vital que uma equipe treinada e ágil desempenha no tratamento dessa condição, que é a segunda maior causa de morte no mundo e a primeira no Brasil.
Dados apresentados pelo coordenador de enfermagem da unidade, Evânio Silva, mostram que a Unidade de AVC do HEA possui seis leitos de UTI e dez de Enfermaria. A maioria dos pacientes é de Arapiraca, com outros índices relevantes provenientes de Palmeira dos Índios e Penedo. Pressão arterial alta, diabetes e tabagismo são identificados como os principais fatores de risco.
Por sua vez, a fisioterapeuta Lívia Dantas, atualmente desenvolvendo uma tese de doutorado, investiga a correlação entre desfechos clínicos de pacientes pós-AVC e a Covid-19. Segundo Lívia, há uma alta incidência de AVC em indivíduos jovens sem comorbidades antecedentes, um ponto que gera grande interesse na comunidade científica.
Os principais sinais de alerta para o AVC incluem fraqueza de um lado do corpo, alterações na visão, dificuldade para falar, desvio de rima labial e desequilíbrio. Reconhecer esses sintomas é fundamental para buscar atendimento rápido e eficaz.