ALAGOAS – Setembro Amarelo: HGE Lança Centro Especializado em Atendimento a Suicídios e Autolesões em Maceió

Hospital Geral do Estado se Consolida como Referência no Atendimento de Urgências Relacionadas a Suicídio e Autolesão

Nesta sexta-feira, 6 de setembro de 2024, o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, destaca-se na prevenção e atendimento de casos de tentativa de suicídio e autolesão. O avanço veio com a implementação do Centro de Acolhimento Integrado e Prevenção do Suicídio e Autolesão (Cais), promovida pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau). Este desenvolvimento é particularmente significativo durante a campanha do Setembro Amarelo, voltada para a conscientização e prevenção do suicídio.

Nos primeiros oito meses de 2024, o HGE registrou 78 casos de tentativa de suicídio. Em anos anteriores, o número foi ainda maior, com 108 casos em 2023 e 121 em 2022, segundo dados do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same). Estes números evidenciam a necessidade urgente de abordagens especializadas, que foram trazidas com a criação do Cais. O centro tem o objetivo de fornecer assistência em saúde mental, concentrando-se tanto na prevenção quanto na posvenção do suicídio, a partir do trabalho de profissionais capacitados.

O secretário estadual da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, destacou a importância desta iniciativa, afirmando que "as portas e emergências dos hospitais costumam ser o principal meio de entrada para pessoas que atentaram contra a própria vida". Ele também reforçou o desejo de expandir o projeto para outras unidades de saúde e serviços públicos, reconhecendo o papel crucial dos profissionais de saúde no manejo e encaminhamento destes casos críticos.

A relevância da implementação do Cais é confirmada por estatísticas preocupantes. De 2019 a 2022, a região Nordeste registrou 13.933 mortes por lesões autoprovocadas, com Maceió liderando em Alagoas, seguida por Arapiraca, Palmeira dos Índios e Igaci. Adicionalmente, entre 2019 e 2023, o HGE atendeu 45,89% dos casos de violência interpessoal e autoprovocada na região.

A supervisora de Atenção Psicossocial da Sesau, Tereza Cristina, ressaltou que a prevenção ao suicídio é possível, mas depende da capacidade dos profissionais de saúde em identificar fatores de risco e realizar acolhimento humanizado e escuta empática. A rotina do Cais é estruturada para fazer exatamente isso, com a intenção de expandir o modelo para outras unidades de saúde do estado.

Antes mesmo da inauguração oficial do Cais, a equipe já vinha atuando no HGE para identificar e assistir casos de suicídio e autolesão. Entre agosto e setembro, a equipe abordou 23 pacientes, incluindo casos de intoxicação exógena, queimaduras e enforcamento.

A coordenadora do Serviço de Psicologia do HGE, Soraya Suruagy, enfatizou a importância da busca ativa para identificar perfis suspeitos e o papel do Cais na conscientização e combate a subnotificações. A expansão e fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial são, de acordo com Suruagy, essenciais para a continuidade do cuidado adequado a esse público vulnerável.

Em suma, a criação do Cais no HGE representa um passo significativo na construção de uma rede de apoio mais robusta e eficaz para casos de suicídio e autolesão, ampliando a capacidade de resposta em saúde mental e providenciando um modelo a ser replicado em outras unidades de saúde do estado.

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