O objetivo principal do projeto é trabalhar a saúde mental da população quilombola, resgatando sua identidade cultural. Segundo a supervisora de Atenção Psicossocial da Sesau, Tereza Cristina Tenório, os moradores dos quilombos Jacu e Mocó têm apresentado diversos quadros de doenças mentais, como depressão e ansiedade. Por isso, torna-se necessário oferecer assistência na área de saúde mental.
Durante os dois dias de intervenção, serão realizadas atividades como atendimento psicológico e psiquiátrico, capacitação dos profissionais da Secretaria de Saúde de Poço das Trincheiras, oficinas de artesanato para geração de renda e rodas de conversa com as mulheres quilombolas. Além disso, técnicos da Supervisão de Atenção às Pessoas com Deficiência farão um rastreamento dos quilombolas que possam apresentar Transtorno do Espectro Autista (TEA). Também serão disponibilizadas vacinas e exames em parceria com a Gerência de Atenção Primária e a Assessoria Técnica em Doenças Imunopreveníveis e Vacinação.
O projeto também busca promover a cultura afro e oportunizar autonomia e empoderamento feminino. Para isso, serão realizadas oficinas de batuque para adolescentes e de turbante e tranças com as mulheres quilombolas.
O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, ressaltou a importância dessa intervenção voltada à assistência psicossocial nas comunidades quilombolas. Ele destacou que essas comunidades muitas vezes têm dificuldades em receber assistência na área da saúde, especialmente quando se trata de saúde mental. Segundo ele, já foi constatado um grande número de quilombolas em sofrimento mental.
O projeto ‘Nise Presente nos Quilombos’ busca, além de oferecer tratamento e suporte para a saúde mental da população quilombola, valorizar a identidade cultural dessas comunidades. Por isso, além das atividades de saúde, serão promovidas ações em parceria com outras secretarias, como a Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, a Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos e o Instituto de Identificação e Expresso da Cidadania da Defensoria Pública.
É importante destacar que essa iniciativa acontece em alusão ao Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio. A Sesau busca, através desse projeto, evitar casos de violência autoprovocada entre os quilombolas.
