A epidemiologia da dengue é complexa, com a fêmea do mosquito transmitindo o vírus após picar uma pessoa infectada. Isso é preocupante, particularmente para mulheres grávidas que contraiam a doença, uma vez que podem enfrentar riscos como aborto espontâneo ou parto prematuro, e são mais suscetíveis a desenvolver a forma grave da enfermidade, potencialmente letal.
Thalyne Araújo, secretária-executiva de Vigilância em Saúde da Sesau, alerta que a dengue pode afetar todas as idades de maneira igual. Ela enfatiza a importância das medidas preventivas que incluem a eliminação de locais que acumulam água, onde o mosquito costuma depositar seus ovos. Essas ações simples, quando adotadas rotineiramente, podem controlar significativamente a proliferação do vetor.
Entre as recomendações, destaca-se a importância de esvaziar garrafas, deixá-las viradas para baixo, limpar regularmente calhas, colocar areia nos pratos das plantas, tampar tonéis, lixeiras e caixas-d’água e evitar o acúmulo de água em pneus. A limpeza frequente de ralos de banheiros também é essencial, devendo ser cobertos por telas se possível. A gestão correta do lixo, garantindo que seja sempre descartado em sacos fechados, e a manutenção adequada de piscinas, utilizando produtos químicos apropriados, completam a lista de cuidados essenciais.
Thalyne ainda detalha os sintomas característicos da dengue, que muitas vezes iniciam com febre alta de curta duração, dores intensas na cabeça, músculos e articulações, fraqueza, dor retro-ocular, erupções cutâneas e prurido. As manifestações podem variar de assintomáticas a graves, sendo que, ao apresentar tais sintomas, a recomendação é procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação e manejo adequados.
O cenário epidemiológico em Alagoas até a 46ª Semana Epidemiológica indica a ocorrência de 17.553 casos confirmados de dengue, com 20 mortes registradas, conforme dados divulgados pela Sesau. Os óbitos ocorreram em várias localidades do estado, destacando Maceió como a cidade com o maior número, além de outros municípios como Atalaia, Viçosa, Porto de Pedras, entre outros.
Neste contexto, a mobilização comunitária e a educação em saúde permanecem como pilares fundamentais para a mitigação do impacto da dengue, ressaltando a responsabilidade coletiva na luta contra esse desafio que aflige tantas comunidades.