De acordo com dados da Secretaria de Estado de Prevenção da Violência (Seprev), de janeiro até setembro deste ano, foram realizados 4.408 encaminhamentos de pessoas dependentes químicas para comunidades terapêuticas credenciadas à Rede Acolhe. Dentre esses casos, quase 50% estavam relacionados ao uso do crack.
Lideilma Alves, superintendente de Políticas sobre Drogas da Seprev, alerta para o fato de que o uso do crack pode evoluir para uma dependência que se configura como um problema de saúde pública. Ela enfatiza as ações do Governo do Estado para enfrentar essa questão e destaca a vulnerabilidade de crianças e adolescentes.
O crescimento do uso do crack tem se tornado um problema de grande abrangência, por isso é fundamental unir esforços para combatê-lo. Em Alagoas, o poder público tem realizado ações voltadas para a conscientização da população sobre o tema, além de promover atividades esportivas, culturais e artísticas. Essas ações são direcionadas a toda a população, mas com maior atenção ao público infanto-adolescente, que é mais vulnerável ao contato com a droga.
O crack possui diversos efeitos nocivos no organismo, como taquicardia, convulsões, espasmos musculares e danos aos órgãos vitais, como coração, rins, fígado e cérebro. Além disso, o uso dessa substância pode causar problemas na saúde mental do usuário, como ansiedade, paranoias, desorientação e comportamentos agressivos.
Através da Rede Acolhe, o Governo do Estado proporciona tratamento para pessoas que desejam vencer a dependência química do crack e outras drogas. São 33 comunidades terapêuticas acolhedoras, onde os dependentes químicos recebem acompanhamento de uma equipe multiprofissional durante todo o processo de recuperação.
Um exemplo de sucesso desse programa é o caso de Walter da Silva Santos, de 55 anos. Ele perdeu tudo devido ao crack, chegando a morar na rua e dependendo da ajuda do governo e de instituições filantrópicas para sobreviver. Porém, após ser convidado para o tratamento e ser acolhido pela comunidade terapêutica, Walter conseguiu se recuperar e hoje está completamente livre do vício.
Após concluir o tratamento, Walter ingressou em um curso profissionalizante de manutenção de ar condicionados oferecido pelo Estado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Ele destaca a importância dessas oportunidades para a transformação e reinserção social dos dependentes químicos.
O Dia Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Crack em Alagoas busca, portanto, conscientizar a população sobre os perigos dessa droga e combater a dependência química. Através da Rede Acolhe, o governo oferece tratamento e oportunidades de recuperação para aqueles que desejam abandonar o vício e reconstruir suas vidas. É uma luta diária, mas que pode trazer resultados positivos e transformar a vida de muitas pessoas.