A retinopatia da prematuridade, uma desordem no crescimento dos vasos sanguíneos na retina, é uma das principais causas de cegueira infantil evitável em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50 mil crianças já foram afetadas. Diante disso, o tema deste ano para o Novembro Roxo, “Acesso ao Cuidado Materno e Neonatal de Qualidade em Todos os Lugares”, se torna ainda mais relevante, sublinhando a necessidade de um cuidado neonatal aprimorado.
Os avanços na medicina têm permitido a sobrevivência de bebês cada vez mais prematuros. Contudo, essa conquista vem acompanhada de um aumento nos casos de retinopatia da prematuridade, uma condição que necessita de diagnósticos e tratamentos precisos. Estudos mostram que fatores como a prematuridade e o baixo peso ao nascer elevam os riscos para o desenvolvimento da ROP.
A oftalmologista Daniela Lyra, especialista nessa área, aponta que a abordagem multiprofissional tem reduzido significativamente os casos mais graves e aumentado a eficiência dos tratamentos oferecidos pela maternidade. O caso do pequeno Heitor, que nasceu com 29 semanas de gestação e 940 gramas, é exemplar. Ele passa por um acompanhamento rigoroso no serviço especializado oferecido pela MESM e, até o momento, não necessitou de intervenções adicionais como injeções ou procedimentos a laser. Sua mãe, Joiliane dos Santos, destaca o alívio ao saber que toda a assistência está ao alcance e que, caso necessário, existem tratamentos eficazes.
No Brasil, a ROP é uma preocupação crescente, principalmente devido ao aumento na sobrevivência de prematuros em UTIs neonatais. Recomenda-se que todos os bebês em risco passem por exames de mapeamento da retina entre a 4ª e a 6ª semana de vida. Essas medidas ajudam a monitorar o desenvolvimento dos vasos até que a completa vascularização ocorra, prevenindo assim, em casos mais graves, a cegueira.
Em 2025, a Maternidade Escola Santa Mônica completará 20 anos de dedicação à retinopatia da prematuridade. Renomada por sua excelência, a instituição conta com especialistas como Helder Santana e Daniela Lyra, que utilizam técnicas modernas como terapia a laser e injeções de antiangiogênicos para tratar essa condição. A oftalmologista reforça que o exame é fundamental para todos os bebês prematuros, especialmente em ambientes como UTIs e enfermarias, e difere do teste do olhinho realizado por pediatras.
Com o Novembro Roxo, também vem o alerta para que os pais e familiares mantenham um monitoramento contínuo de condições visuais em bebês prematuros, mesmo após tratamentos bem-sucedidos, pois eles ainda podem desenvolver problemas como estrabismo e ambliopia, que requerem atenção contínua. A conscientização e o acesso aos cuidados são cruciais para garantir que mais crianças tenham a chance de um desenvolvimento saudável.