Ao completar um ano de atividades no último mês de agosto, a Sala Lilás apresentou um relatório detalhado das suas ações para a diretoria da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal). Os dados são impactantes: foram contabilizados 543 atendimentos especializados, dos quais 316 se referem a mulheres que sofreram violência. Essas mulheres não apenas encontraram acolhimento, mas também foram encaminhadas para a rede estadual de combate à violência contra a mulher.
O atendimento na Sala Lilás vai além da abordagem física, incluindo também o apoio psicológico e jurídico necessário para que as vítimas possam reconstruir suas vidas longe dos agressores. As estatísticas revelam ainda o perfil das agressões: o Tabuleiro do Martins, Clima Bom, Cidade Universitária e áreas próximas ao terminal rodoviário João Paulo II, no Jacintinho e no Feitosa, são as regiões com maior incidência de casos de violência.
Seguindo as tendências nacionais, os principais agressores são maridos, ex-maridos, ex-namorados e ex-companheiros. Em termos de tipologias de violência, a Sala Lilás registrou 279 casos de violência psicológica, 143 de violência física e 104 de violência moral, apontando para a complexidade e gravidade do problema.
Outro aspecto relevante é a variedade de formatos de atendimento oferecidos. A Sala Lilás realizou 231 atendimentos on-line e 312 presenciais, abrangendo vítimas de outras regiões além de Maceió. A equipe também intensificou as “buscas ativas”, promovendo 14 rodas de conversa, 27 palestras e seis capacitações, atingindo um público superior a 2.600 pessoas.
Camilla Ferraz, presidente da Arsal, destacou a importância do trabalho realizado pela Sala Lilás. “São mulheres que não teriam atendimento, estariam à mercê dos agressores e, graças à Sala Lilás, foram acolhidas, orientadas e encaminhadas, quando necessário”, afirmou.
A Sala Lilás continua com seu compromisso de prestar atendimento tanto presencial quanto on-line. As interessadas podem buscar apoio diretamente na rodoviária ou pelo WhatsApp, no número 82 98833-4250. A equipe também prossegue com esforços em identificar e auxiliar mulheres em comunidades vulneráveis da capital.
Esta iniciativa representa um significativo avanço na luta contra a violência doméstica e de gênero, oferecendo às mulheres vitimadas uma esperança real de superação e de reintegração segura à sociedade.