A revogação do decreto federal que permite o armazenamento de ácido sulfúrico no Porto de Maceió ganhou força após uma reunião entre o secretário de Estado do Meio Ambiente, Gino César, o deputado federal Paulão (PT) e o secretário Nacional de Meio Ambiente e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Adalberto Maluf. O encontro aconteceu na última quinta-feira (23) na sede do Ministério em Brasília e resultou na inclusão da revogação do decreto na pauta da reunião de retorno da Comissão Nacional de Segurança Química (CONASQ), ainda sem data para ser realizada.
Gino César destacou a importância de proteger o meio ambiente e a população de Maceió, ressaltando a incompatibilidade do decreto federal com o compromisso de Alagoas com o desenvolvimento sustentável. Segundo o secretário da Semarh, a revogação expõe a risco 12 bairros de Maceió, por onde o ácido sulfúrico seria possivelmente transportado, além de ameaçar o meio ambiente. Paulão, que é um dos defensores da causa, já havia acionado oficialmente o Ibama para se posicionar sobre a questão, afirmando que a comunidade maceioense, junto com entidades ambientais, tem ressaltado as implicações significativas que a decisão terá para a proteção ambiental e a segurança da população local.
O Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA) já havia indeferido a licença solicitada pela empresa TIMAC Agro Indústria e Comércio de Fertilizantes LTDA para o armazenamento de ácido sulfúrico, fortalecendo a posição contra a implantação do empreendimento. Além disso, a opinião pública também se manifestou de maneira contundente contra a instalação dos tanques de ácido sulfúrico no Porto de Maceió, preocupada não apenas com a segurança, mas também com a proximidade de áreas ecologicamente sensíveis, como as piscinas naturais de Pajuçara e os recifes.
A reunião no Ministério do Meio Ambiente foi um marco importante para o avanço do processo de revogação do decreto, demonstrando a força da mobilização política e popular em prol da proteção do meio ambiente e da população de Maceió. A inclusão do tema na pauta da Comissão Nacional de Segurança Química é um passo significativo rumo à revogação do decreto e à preservação do equilíbrio ambiental na região. A luta pela revogação continua e conta com o apoio de autoridades, órgãos ambientais e da população local.