ALAGOAS – Policial Militar Enfrenta Pai ‘Plus’ Após Perder Esposa: Amor e Disciplina na Criação dos Filhos



Os Desafios da Farda e da Paternidade: A História de um Policial Militar após a Perda da Esposa

Em Alagoas, um sargento da Polícia Militar vive um desafio duplo: o compromisso com a segurança pública e o papel de pai solo, após a perda precoce de sua esposa durante a pandemia da Covid-19. Essa é a vida do 2º sargento Alessandro Soares Dias, que, além de suas funções no quartel, assume integralmente a criação de seus dois filhos, Júnior e Iuri, em um cenário de dor e superação.

Desde a partida de Íris Dias, sua esposa, em 2021, Dias consolidou uma rotina marcada pela disciplina, amor e uma constante saudade. "Minha vida reconfigurou-se de várias formas. Mudamos de endereço e, desde então, seguimos mais unidos do que nunca", relata o sargento. Natural de Aracaju, Sergipe, e residente em Alagoas desde 2002, Alessandro equilibra sua vida entre o dever militar e a paternidade.

A história de Alessandro é também um testemunho de resiliência. Ele ingressou na Polícia Militar em 2002 e serviu em diversas unidades até se estabelecer na 1ª Companhia de Polícia Militar Independente (CPM/I) em São Miguel dos Campos. Com uma jornada profissional intensa, ele nunca descartou suas responsabilidades familiares. "A paternidade te faz pensar mais sobre o futuro e os riscos da profissão. Eu me tornei ainda mais cuidadoso", revela.

Em meio às lembranças de uma vida de parceria com Íris, com quem se casou em 2009, Dias reflete sobre a importância da família. "Meu plano era ter só um filho, mas minha esposa me fez perceber que a vida de uma criança única pode ser solitária", compartilha. O nascimento de Iuri, o filho mais novo, foi cercado de emoção após a dor de um aborto espontâneo. "Iuri é nosso bebê arco-íris, trazendo alegria para a nossa vida", afirma.

A rotina de policial e pai é compartilhada com seus filhos de forma harmoniosa. Alessandro Júnior, de 13 anos, e Iuri Alexandre, prestes a completar 10 anos, têm em seu pai um exemplo de amor e dedicação. "Nuno é tranquilo e meu braço direito. Iuri é meu ‘casca de bala’, inteligente e cheio de energia", descreve o sargento.

Em 2020, quando a pandemia abalou o mundo, a família enfrentou um duro golpe. Íris foi diagnosticada com Covid-19, o que culminou em uma batalha perdida após 30 dias em coma. "As últimas palavras dela foram para eu ter paciência com os meninos", relembra emocionado. Desde então, Alessandro se dedica a manter viva a memória de sua esposa e a ser o melhor pai possível para seus filhos.

O comprometimento de Dias vai além da família. No âmbito profissional, ele é visto como um policial dedicado e uma figura importante na comunidade da 1ª CPM/I. Major Eduardo Cavalcante, comandante da unidade, destaca a resiliência e o papel inspirador do sargento.

Alessandro também compartilha que muito do homem e policial que é hoje se deve ao exemplo de seu pai, David Dias. "Perder meu pai foi difícil, mas perder Íris foi inimaginável. No entanto, fui criado para ser chefe de família, e isso me guia", afirma.

Com uma visão positiva da vida apesar das adversidades, o sargento se vê abençoado e realizado. "Sempre quis usar farda. Amo o que faço e acredito na minha missão. Ser pai é um privilégio. Meus filhos são minha grande missão e espero estar fazendo um bom trabalho", conclui.

A história de Alessandro Soares Dias é uma narrativa de amor, dever e resiliência, onde a farda e a paternidade se entrelaçam em uma dança delicada de responsabilidades e afeto incomensurável.

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