Esse avanço só foi possível devido à implementação do Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB) e do Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB), coordenados pelo Ministério da Justiça. A partir desses sistemas, elementos como munições e armas de fogo relacionadas a crimes são inseridos no BNPB diariamente, ampliando a capacidade de correlação entre diferentes ocorrências criminais.
O perito criminal Lucas Lima, responsável pelo SINAB em Sergipe, detalhou o processo: após a inserção de estojos e projéteis no banco de dados, é realizada uma sincronização nacional que gera uma lista de possíveis correlações. No caso em questão, indícios de crimes correlacionados em Alagoas e Sergipe foram identificados, e uma análise minuciosa por peritos de ambos os estados confirmou a utilização da mesma arma em crimes distintos. “Nós avaliamos as marcações micro elementares dos materiais no microscópio óptico e confirmamos que estes foram provenientes da mesma arma”, afirmou Lima.
A perita criminal Fabinara Dantas enalteceu o impacto dos investimentos em tecnologia forense para o esclarecimento de crimes envolvendo armas de fogo. A recuperação, triagem, análise e submissão de estojos e projéteis ao BNPB permitem identificar o uso de uma mesma arma em eventos criminosos separados por local e data. Esse processo não só fortalece os resultados das investigações, mas também expande as linhas investigativas, possibilitando a identificação de organizações criminosas com operações interestaduais.
“O hit é a confirmação de correlação entre ocorrências a partir da análise dos elementos balísticos inseridos no Banco Nacional de Perfis Balísticos. Hoje, após o exame conjunto, determinamos a primeira vinculação de crimes ocorridos em Alagoas e Sergipe com a mesma arma de fogo”, destacou Fabinara.
Paulo Rogério, perito criminal e administrador estadual do SINAB em Alagoas, sublinhou a eficiência do Sistema Nacional de Análise Balística. Segundo ele, atualmente todos os estados possuem condições de integração por meio da ferramenta, uma realidade que parecia distante há alguns anos. Esse avanço é fruto do esforço coletivo para implementar o sistema, oferecendo uma prova pericial fortalecida a investigações de diferentes estados. “Com essa tecnologia, conseguimos rápida interação entre instituições distintas, representando uma evolução significativa não apenas para Alagoas, mas para todo o país”, concluiu Rogério.
Este feito marca um avanço significativo na cooperação e eficiência das investigações criminais no Brasil, destacando a importância da integração tecnológica e da colaboração entre estados para a segurança pública.