Maria Rosa, que também é palhaça voluntária do grupo Sorriso de Plantão, da Uncisal e da Universidade Federal de Alagoas, há mais de duas décadas leva alegria e entretenimento aos hospitais públicos de Maceió. Em sua pesquisa, ela questiona as práticas adotadas por alguns palhaços brasileiros, como brincadeiras e maquiagens que podem estar reproduzindo preconceitos étnicos presentes em alguns grupos estrangeiros.
O estudo realizado entre 2021 e 2022 resultou na tese “Rompendo o Silêncio pelo Riso”, orientada por Maria Cristina da Costa Marques, da Faculdade de Saúde Pública da USP. A pesquisa revelou a importância dos palhaços de hospitais no processo de recuperação dos pacientes, mas ressalta a necessidade de revisão nas práticas e comportamentos desses profissionais para garantir um atendimento acolhedor e humanizado.
Durante suas observações em hospitais de diversos países, Maria Rosa percebeu a presença de preconceito étnico entre os palhaços estrangeiros, que em sua maioria são brancos e reproduzem padrões discriminatórios em suas apresentações. A pesquisadora defende a valorização da diversidade artística e cultural local, sugerindo adaptações nas vestimentas e atividades brincantes para promover uma abordagem mais inclusiva e respeitosa.
Além disso, a pesquisa aponta para a diferença na percepção dos pacientes em relação ao trabalho dos palhaços, indicando que no Brasil o serviço é visto como um bônus, enquanto em outros países há uma lógica mercadológica envolvida. Maria Rosa destaca a importância de sensibilizar os grupos de palhaços para sua verdadeira função artística e social, buscando promover a diversidade e a inclusão em seus atendimentos hospitalares.
A pesquisa da professora Maria Rosa Silva traz reflexões pertinentes sobre a atuação dos palhaços de hospitais e a necessidade de revisão nas práticas adotadas, visando um atendimento terapêutico e acolhedor para todos os pacientes.