ALAGOAS – Mural gigante em São Paulo celebra 120 anos de Nise da Silveira e ressalta arte como aliada da saúde mental



No coração de São Paulo, surge uma imponente homenagem a Nise da Silveira, psiquiatra alagoana renomada por sua luta em prol das práticas humanizadas no tratamento de transtornos mentais. A gigante obra artística, intitulada “O Navegar de Nise”, é uma criação da artista Ursa Nath, mato-grossense residente em Alagoas. O mural, que ocupa a lateral de um prédio de 20 andares na Avenida Duque de Caxias, tem 66 metros de altura e destaca-se pela representação de Nise cercada por símbolos artísticos que refletem a criatividade de seus pacientes no Museu do Inconsciente.

Ursa Nath, juntamente com a equipe composta pelos artistas Iskor, Loss, Negana e Bea Corradi, concebeu a obra a partir de esboços detalhados, inspirados pela vida e obra da psiquiatra. A frase “Gente curada demais é chata. Todo mundo tem um pouco de loucura” de Nise, que adorna o mural, provoca uma reflexão sobre a busca por perfeição e a aceitação das imperfeições humanas na sociedade contemporânea.

Localizado em uma área conhecida por abrigar muitas pessoas com problemas mentais e dependências, o mural ganha uma camada adicional de significado. A obra de Ursa não apenas celebra o legado revolucionário de Nise, mas também desafia os transeuntes a contemplar soluções mais compassivas e inclusivas para os marginalizados.

O desafio técnico de pintar uma superfície dessa magnitude não foi pequeno. A artista enfrentou seu medo de altura, ventos fortes e até tempestades durante o processo, mas emergiu vitoriosa com uma mensagem poderosa sobre o impacto da arte na transformação social e emocional.

Nise da Silveira foi uma pioneira no uso da arte como ferramenta terapêutica, rejeitando práticas desumanas como lobotomia e choque elétrico. O trabalho de Ursa celebra esta herança, lembrando-nos da importância contínua de humanizar o tratamento psiquiátrico.

Essa ambiciosa intervenção artística reforça a vigência do legado de Nise da Silveira e destaca o poder transformador da arte em promover o diálogo e a inclusão social, reafirmando o papel do artista como agente de mudança.

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