ALAGOAS – Mulheres são 83% das vítimas de violência sexual atendidas no Hospital do Agreste em 2024, revela estudo da unidade



Em uma reveladora divulgação de dados feita pelo Serviço de Epidemiologia Hospitalar, o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), situado em Arapiraca, trouxe à tona estatísticas alarmantes sobre a violência sexual na região. Durante o ano de 2024, a Sala Lilás da instituição atendeu 216 vítimas de violência sexual. Dos atendimentos realizados, significativos 83% (180 casos) referem-se a mulheres, acendendo um alerta para o grave cenário de agressões contra o gênero feminino. Outros 17% das vítimas eram compostos por gays, travestis e transexuais.

Um aspecto preocupante dos dados é a ampla faixa etária das vítimas, que abrange desde crianças menores de 1 ano até idosos com mais de 80. O grupo majoritário, com 88 notificações, tem entre 10 e 14 anos, indicando uma dramática vulnerabilidade de crianças e adolescentes. Outros grupos destacados incluíram 39 crianças de 5 a 9 anos e 33 jovens de 15 a 29 anos. No geral, 86,6% das vítimas tinham entre 1 e 19 anos.

Em termos de escolaridade, mais da metade das vítimas (53%) não completou o Ensino Fundamental. Uma única vítima se declarou analfabeta, e a escolaridade não foi aplicável para 25,5% das vítimas devido à idade. As notificações abrangem 43 municípios, com Arapiraca liderando com 58 casos. Destaca-se que o ambiente doméstico é o principal local dos abusos, com 63,4% dos casos ocorrendo nas residências das vítimas.

Quanto aos agressores, predominam amigos e conhecidos (33%), seguidos por indivíduos com outros vínculos com a vítima. O levantamento expõe também dinâmicas intrafamiliares do crime, com 17,6% dos casos envolvendo pais ou padrastos.

A psicóloga Yanna Albuquerque, coordenadora da Área Lilás, enfatiza a importância de uma vigilância coletiva quanto às mudanças de comportamento das vítimas, ressaltando a crucialidade de campanhas de conscientização e a necessidade de denúncias para romper o ciclo de violência. Por sua vez, Ana Lúcia Alves, coordenadora do SEH, chamou atenção para o caráter humano por trás dos números, urgindo por ações preventivas eficazes.

A proteção das vítimas de violência sexual está profundamente entrelaçada com a estrutura do HEA, cuja Sala Lilás, ativa desde 2019, é crucial no acolhimento e atendimento especializados. Neste empenho, a unidade trabalha alinhada com órgãos de segurança pública para garantir uma resposta rápida e eficaz, como afirmado pela diretora-geral Bárbara Albuquerque. Esse empenho é essencial numa conjuntura onde a denúncia é o primeiro passo rumo à justiça e à proteção dos direitos fundamentais, especialmente para mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade.

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