A ação buscou conscientizar a comunidade sobre as formas de identificar e ajudar aqueles que apresentam tendências suicidas e expôs os recursos disponíveis para quem necessita de suporte. Durante o evento, especialistas de diversas áreas trouxeram suas contribuições e discutiram possíveis políticas públicas que possam ser implementadas para lidar com este tema delicado.
Teresa Negreiros, supervisora de Atenção Psicossocial da Sesau, enfatizou que o suicídio não é uma questão de responsabilidade exclusiva do setor de saúde e que outros setores sociais também devem se envolver. “Estamos aqui também com membros do Ministério Público, da Secretaria de Educação, de entidades de classe, todos que podem contribuir com o tema. A ideia é demonstrar que o assunto pode ser debatido em qualquer época do ano, e não só no mês de setembro, no qual acontece a campanha de prevenção ao suicídio”, afirmou.
O evento foi amplamente participativo, com o público tendo a oportunidade de relatar casos pessoais e interagir com os especialistas presentes. Laelson Moreira, um dos participantes, destacou a importância da iniciativa. “Nunca tínhamos visto algo nesse sentido. É muito importante discutir esse tema. Minha família enfrentou essa problemática e sabemos o quão doloroso é. Muito bom ver pessoas da área da saúde, educação, Justiça, todos juntos abordando sobre como podemos assistir melhor as pessoas com tendência suicida. Algo muito bacana foi que pudemos perguntar e participar”, disse ele.
Delza Gitaí, presidente do CEPPSAL, explicou que a escolha de um shopping como local do evento tinha o intuito de aproximar ainda mais a população da discussão sobre o suicídio. “É muito importante falarmos sobre isso, pois muitas vezes um familiar, um colega de trabalho, um amigo, um vizinho precisa de ajuda e a gente não dá atenção a isso. O suicídio ainda é um tabu cultural, social e religioso, e isso precisa ser desmistificado”, salientou Gitaí, reforçando a necessidade de se colocar como uma pessoa aberta ao diálogo, sem julgamentos.
Os dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, a média de suicídios é de 6,5 por 100 mil habitantes, enquanto em Alagoas, essa média é de 4,5 por 100 mil habitantes. No entanto, há uma alta incidência de casos entre jovens e idosos a partir de 60 anos. A população foi informada sobre onde buscar ajuda, como nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Centro de Valorização da Vida em Alagoas (CAVIDA), e em casos de emergência, através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas (CBM/AL).
O evento foi uma oportunidade ímpar para superar barreiras e promover um diálogo aberto sobre um tema que, apesar de difícil, é de extrema importância para a saúde e bem-estar da sociedade.