Evandra Cruz estava internada para tratar uma mastite, uma inflamação frequentemente associada à amamentação, que causa inchaço, dor e vermelhidão. Este diagnóstico não era novidade para ela, uma vez que já havia enfrentado a mesma situação em uma internação anterior no HRAS. Mas, desta vez, o desfecho teve uma lufada de esperança e afeto. A equipe multiprofissional do hospital se mobilizou para organizar o reencontro e proporcionar à paciente um momento de energia positiva e carinho familiar. “A equipe do HRAS se mobilizou para trazer meus filhos para que eu matasse um pouco da saudade e estou muito grata! Espero que essa ação aconteça com mais famílias para que tenham um pouco do carinho dos familiares durante o período de internação”, declarou a emocionada Evandra.
A psicóloga Danielly Padilha, responsável pelo acompanhamento do caso, destacou a importância de ações como essa para a recuperação dos pacientes. “Fatores como estar longe de casa, dos familiares e da rotina podem contribuir para a piora no quadro clínico dos pacientes. Quando o HRAS oferece uma resposta a uma demanda emocional, isso contribui efetivamente para a recuperação, pois o sofrimento de uma pessoa internada também abrange o emocional”, explicou.
Essa movimentação social ocorre em alinhamento com a Lei 14.950/2024, sancionada no início de agosto, que garante o direito de crianças e adolescentes visitarem seus pais ou mães internados. A norma, que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), contribui diretamente para a política de humanização do Sistema Único de Saúde (SUS). A nova lei, prevista para ser implementada integralmente em seis meses, estipula que as crianças e os adolescentes poderão realizar visitas, desde que os cuidados necessários para evitar infecções hospitalares sejam observados, e desde que haja o devido acolhimento pelas equipes multiprofissionais.
Larissa Vila Nova, supervisora do Serviço Social do HRAS, enfatizou que a unidade já está alinhando o fluxo de assistência para garantir que a legislação seja efetivada. “Estamos organizando as visitas em ambientes humanizados, visando garantir o desenvolvimento social dos pequenos e a melhora clínica dos pacientes. Estamos alinhando o fluxo de assistência para a efetivação da lei, garantindo o direito e o bem-estar tanto dos pacientes quanto de seus filhos e familiares durante o período de hospitalização”, afirmou.
Esta ação simboliza um passo importante na humanização dos serviços de saúde, mostrando que o cuidado com o bem-estar emocional dos pacientes é tão crucial quanto o tratamento clínico.