ALAGOAS – Hospital da Mulher realiza primeira captação de órgãos para transplantes em ação inédita após morte encefálica de paciente



No último domingo (21), o Hospital da Mulher (HM) em Maceió protagonizou um marco histórico ao realizar sua primeira captação de órgãos para transplante. A ação inédita foi desencadeada após a confirmação de morte encefálica de uma paciente de 39 anos, que estava internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico.

A captação resultou na obtenção de rins e fígado que irão beneficiar três pessoas distintas. Este procedimento foi fruto do incansável esforço da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e da dedicada equipe multidisciplinar do HM, que conseguiu sensibilizar a família da paciente sobre a importância vital da doação de órgãos. “Parabenizo e agradeço a equipe multidisciplinar por todo cuidado e humanização. Em especial, também agradecemos à família que autorizou a doação, um ato de amor e generosidade em um momento tão difícil”, declarou Yarin Rocha, diretora-geral do HM.

A supervisora do Centro Cirúrgico do HM, Mirian Carvalho, reiterou o compromisso e a mobilização da equipe durante a complexa operação. “Foi um desafio e, ao mesmo tempo, um sentimento de dever cumprido, pois sabemos que a doação de órgãos é muito importante e salva a vida de muitas pessoas. Parabenizo a todos que fizeram parte deste momento histórico para o HM”, afirmou.

Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, destacou a urgência e a importância das doações de órgãos no estado, mencionando a existência de uma fila de espera com 502 pessoas aguardando córnea, 30 pacientes esperando por um rim e quatro esperando por um fígado. “A primeira captação de múltiplos órgãos no HM demonstra um trabalho integrado que tem sido feito por várias mãos, tendo como consequência positiva a doação de órgãos. Com isso, realizamos o 20º transplante de fígado aqui em Alagoas”, frisou ela, sublinhando a necessidade de ampliar os esforços para suprir a demanda crescente.

Para que tais realizações se tornem mais frequentes, é crucial a conscientização sobre o processo de doação de órgãos. No Brasil, a doação só é permitida com autorização dos familiares após o diagnóstico de morte encefálica. É fundamental que indivíduos interessados em se tornarem doadores comuniquem suas intenções a familiares e amigos, garantido assim que seus desejos sejam respeitados e que vidas possam ser salvas através desse gesto altruísta.

A iniciativa do Hospital da Mulher sinaliza não apenas um avanço institucional, mas também um exercício de cidadania e solidariedade em sua forma mais pura. É um lembrete poderoso de que, mesmo em momentos de dor, podemos oferecer esperança e renovação para aqueles que aguardam ansiosamente por uma segunda chance de vida.

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