ALAGOAS – HGE Registra 4 Mil Atendimentos por Acidentes de Trânsito em 2024; Motociclistas Lideram Estatísticas de Lesões em Alagoas



Nos primeiros nove meses de 2024, o Hospital Geral do Estado (HGE) em Maceió, a maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas, atendeu 3.984 vítimas de acidentes de trânsito. Os dados revelam que 1.819 pessoas se feriram em colisões, 1.535 em acidentes de moto, 337 em atropelamentos, 192 em acidentes envolvendo bicicletas e 101 em capotamentos. Este número praticamente se iguala ao registrado no mesmo período do ano anterior, demonstrando um desafio persistente mesmo diante das políticas contínuas de conscientização e prevenção promovidas pelo governo estadual.

O cirurgião geral do HGE, Amauri Clemente, aponta que a imprudência e o desrespeito às leis de trânsito por parte de motoristas e pedestres são os principais fatores para esse cenário alarmante. “Problemas como falta de cortesia, uso indevido de aparelhos celulares, excesso de velocidade, falta de sinalização e deslocamentos em locais proibidos são frequentemente relatados pelos pacientes atendidos no HGE”, observa Clemente. Os motociclistas continuam sendo as principais vítimas, muitas vezes movidos por pressa e um perigoso sentimento de invulnerabilidade que frequentemente termina em tragédias.

Um exemplo recente ilustra bem essa realidade: um adolescente de 15 anos foi admitido no hospital após sofrer um acidente enquanto conduzia a moto do pai, sem permissão. A mãe, Rute Moreira, conta que o filho saiu de casa sem ser notado, até que a notícia de seu acidente chegou. O rapaz, que usava capacete, colidiu com um veículo na Avenida Rui Palmeira, mas evitou uma situação ainda pior, já que não havia pedestres por perto. Ele sofreu fraturas sérias no fêmur e no acetábulo direito, mas as consequências poderiam ter sido trágicas caso não estivesse equipado com medidas mínimas de proteção.

Apesar do susto, o incidente com o adolescente ressalta a importância de regras rigorosas e a necessidade de maior vigilância por parte dos pais e responsáveis no combate ao acesso precoce à direção por menores de idade. “A educação no trânsito deve ser responsabilidade de instrutores qualificados”, afirma Amauri Clemente, lembrando que, no Brasil, a idade mínima para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é de 18 anos. O jovem, agora em recuperação e aguardando cirurgia, prometeu que não voltará a pilotar uma moto, um compromisso que evidencia a importância de aprender com experiências traumáticas para prevenir futuros infortúnios.

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