A decisão de doar os órgãos foi tomada após uma conversa entre os familiares do doador. Pedro Feliciano de Almeida Neto, pai do jovem, destacou a importância do gesto e o impacto positivo que ele terá na vida de várias pessoas. “Como pai, decidimos juntos, eu e minha família, doar os órgãos do meu filho pelo papel e importância da doação de órgãos, que vai salvar outras e outras vidas. Agradeço todo o cuidado que as equipes têm tido conosco, desde quando informaram que iniciariam o protocolo que poderia diagnosticar a morte encefálica”, declarou emocionado.
O procedimento delicado foi conduzido por uma equipe multidisciplinar, que seguiu todos os protocolos técnicos e éticos necessários. Anne Karine Hora, enfermeira da Organização de Procura de Órgãos (OPO), explicou que foram captados as córneas, os rins e o fígado do doador. “Todo o processo sigiloso atendeu às normas necessárias, desde as técnicas cirúrgicas para a retirada dos órgãos até o transporte adequado ao receptor”, afirmou a enfermeira.
Os órgãos captados já foram inseridos no Sistema Nacional de Transplantes e estão em processo de serem encaminhados aos receptores indicados, trazendo-lhes a esperança de uma nova vida. O secretário de Saúde de Alagoas, Gustavo Pontes de Miranda, salientou a importância desse momento para fortalecer a cultura da doação de órgãos no estado. “A solidariedade da família do doador mostra o quanto podemos fazer a diferença na vida de tantas pessoas”, enfatizou.
Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, ressaltou o empenho e eficiência das equipes envolvidas na captação e na realização dos transplantes. “Estamos aqui pela vida, por tantas vidas que podem e devem ser salvas. No levantamento que fizemos em agosto, identificamos que 536 pessoas em Alagoas aguardam ansiosamente pelo transplante. Essas pessoas têm pressa, então cabe a nós agir com eficiência em todas as oportunidades que surgirem”, disse ela.
Este episódio não é apenas um símbolo de esperança para aqueles que aguardam um transplante, mas também um lembrete do poder transformador da empatia e da solidariedade humana. A ação do HGE e o ato generoso da família do doador reforçam a importância da doação de órgãos e a necessidade de promover cada vez mais essa cultura no Brasil.