Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, em 2019, constatou que a automedicação é um hábito em 77% dos brasileiros. A farmacêutica do HGE, Elisângela Guedes, alerta para os danos à saúde causados pela prática, que vão desde a camuflagem de doenças mais graves até reações que podem levar ao óbito.
Segundo Elisângela, o uso de medicamentos sem prescrição médica pode anular ou potencializar o efeito de outra medicação em uso, causar resistência ao agente infeccioso, provocar intoxicações e reações alérgicas, além de promover uma dependência química à droga. O farmacêutico Rodrigo Teodoro também comenta que o hospital já atendeu diversos casos em que o uso de medicação agravou o quadro clínico do paciente.
Um exemplo citado foi o caso de um bebê com hepatite medicamentosa, uma inflamação aguda ou crônica que afeta o fígado em decorrência do uso de drogas, medicamentos, suplementos alimentares, fitoterápicos ou insumos vegetais. A mãe do bebê, por conta própria, decidiu dar ao seu bebê o paracetamol, que em altas doses é hepatotóxico e pode promover uma lesão hepatocelular. O resultado foi a admissão da criança em estado muito grave, precisando de internamento em UTI.
O diretor do HGE, Fernando Melro, ressalta que, durante todo o período festivo, o hospital continua com o seu funcionamento normal, recebendo os cidadãos que necessitam dos serviços de Média e Alta Complexidade. No entanto, ele destacou a importância de evitar situações extremas, principalmente aquelas causadas por atos perigosos, como a automedicação.
Diante desse alerta do HGE, os farmacêuticos enfatizam a importância de buscar atendimento médico antes de fazer uso de qualquer medicação, exceto nos casos em que já existe uma orientação médica. Evitando a automedicação, contribuímos para a preservação da saúde e o bem-estar de todos.