O reaparecimento do sorotipo três da dengue em Alagoas tem sido motivo de alerta para a população. Considerado o tipo mais grave da arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o sorotipo três não circulava no Estado há cerca de 15 anos. O infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Renee Oliveira, explicou em entrevista os motivos pelos quais esse sorotipo é considerado mais perigoso do que os tipos um e dois.
De acordo com Oliveira, embora o sorotipo um seja predominante no Estado, a chegada da quadra chuvosa cria condições favoráveis para a circulação do sorotipo três. O especialista ressaltou que o sorotipo três gera imunidade específica, o que torna pessoas que nunca tiveram contato com esse tipo mais suscetíveis à doença, especialmente aquelas com idade até 20 anos.
O infectologista alertou que, embora todos estejam sujeitos a contrair a dengue, as pessoas mais jovens devem ser especialmente cuidadosas, uma vez que não possuem imunidade contra o sorotipo três devido ao longo período de ausência do vírus no Estado. Oliveira destacou a importância da adoção de medidas preventivas, como a eliminação de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, como pneus, vasos de plantas aquáticas, caixas d’água mal tampadas e calhas sujas.
Dados do último Boletim Epidemiológico da Sesau mostram um aumento nos casos de dengue em Alagoas, com 8.261 casos suspeitos notificados, dos quais 4.535 foram confirmados. O boletim também apontou três óbitos confirmados este ano, em comparação com nenhum no mesmo período do ano passado. Além disso, há sete óbitos suspeitos em investigação em diversos municípios do estado.
Diante desse panorama, a Sesau reforçou a importância da vacinação contra a dengue, especialmente para pessoas na faixa etária mais suscetível ao sorotipo três. A prevenção e o controle contínuo do mosquito vetor são fundamentais para mitigar os riscos de transmissão da doença e proteger a população.
