Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas em 2010, Fernanda sempre almejou seguir no âmbito acadêmico e realizar um mestrado, ainda que esse sonho tenha sido adiado. Entretanto, seu trabalho na Assessoria de Comunicação da PM, hoje denominada Diretoria de Comunicação Social, a colocou diante de um momento marcante: ela foi escalada para cobrir a sanção da Lei nº 8.118, que instituiu o Dia da Policial Feminina em Alagoas. Este evento a reconectou com a tenente Silviany Domingues, uma das três mulheres que fizeram parte de sua inicial formação.
Fernanda então decidiu ingressar no mestrado, com o projeto inicial de explorar a memória institucional da Polícia Militar de Alagoas. No entanto, sua paixão por contar histórias e o desejo de aprofundar-se em temas relacionados à informação e memória levaram a jornalista a explorar um enfoque diferente. Ela optou por investigar a questão de gênero em um ambiente tradicionalmente masculino, como é o caso das forças policiais.
Identificando-se como uma contadora de histórias, Fernanda explica que se encontrou na ciência da informação, uma área correlata às ciências sociais e comunicação social, mas que oferece abordagens e perspectivas distintas. Esta decisão lhe permitiu aprofundar-se na temática da memória e do gênero, revelando aspectos pouco discutidos na história das mulheres dentro da Polícia Militar e fortalecendo sua crença no poder do jornalismo como ferramenta de transformação e registro histórico.
A trajetória de Fernanda Alves Calheiros é um exemplo inspirador de como a intersecção entre comunicação, gênero e história pode revelar novos horizontes e proporcionar um olhar mais inclusivo e diverso sobre instituições profundas e tradicionalmente masculinas, como as forças policiais.