No sábado, dia 30 de dezembro, o Arquivo Público de Alagoas (APA) completou 62 anos de existência. Para celebrar mais um ano de história e contribuição à preservação da memória do estado, a instituição recebeu um presente especial: o acervo do professor Luiz Sávio de Almeida, um dos maiores conjuntos de documentos do estado.
O repasse do conjunto de documentos envolveu a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e o próprio Arquivo Público. A operação foi comandada pelo professor Danilo Marques, coordenador geral do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ufal. O trabalho de catalogação teve início em 2022 e se estendeu por um ano e meio.
O acervo do professor Luiz Sávio de Almeida é composto por mais de 10 mil documentos, incluindo itens pessoais, manuscritos de livros, teses de doutorado, dissertações de mestrado, pesquisas indígenas e relacionadas a religiões de matrizes africanas.
Segundo Maicon Fernando Marcante, chefe substituto de Divisão do Iphan, a documentação foi encaminhada pelo próprio Sávio de Almeida ao instituto há cinco anos, com o objetivo de disponibilizá-la para pesquisa.
O material inclui mais de 300 fitas cassetes com entrevistas feitas pelo professor Sávio de Almeida com líderes de povos indígenas de comunidades como Kariri-Xocó, Xucuru-Kariri e Kalankó, além de depoimentos em áudio de lideranças de religiões de matriz africana.
O professor também deixou um legado relacionado à cultura e ao teatro alagoano, com documentos raros, objetos pessoais, fotografias e correspondências da atriz Linda Mascarenhas.
A superintendente do Arquivo Público, Wilma Nóbrega, ressaltou que a partir de agora, qualquer pessoa pode ter acesso à Coleção Professor Sávio de Almeida. Basta se cadastrar como pesquisador no site da instituição, selecionar a série documental de interesse e agendar uma visita.
A aquisição do acervo do professor Luiz Sávio de Almeida representa uma contribuição significativa para a preservação da memória e da história de Alagoas. Ela é um testemunho do compromisso constante do Arquivo Público em manter viva a riqueza cultural e intelectual do estado.