A vida da arquiteta Juliana Almeida, de 36 anos, mudou drasticamente após ser diagnosticada com ceratocone avançado, uma doença degenerativa do olho que afina a córnea e distorce a visão. A condição, que progrediu rapidamente, trouxe desafios significativos tanto na vida pessoal quanto profissional de Juliana. “Foi como se uma névoa constante tivesse tomado conta da minha visão, dificultando atividades simples do dia a dia e, principalmente, meu trabalho como arquiteta”, relata.
A solução veio com um procedimento médico de alta complexidade: o transplante de córnea. Após meses na lista de espera e inúmeras visitas a especialistas, Juliana finalmente recebeu a tão aguardada notícia de que um doador compatível havia sido encontrado. “Foi um momento de esperança, mas também de gratidão pela família do doador que decidiu transformar sua dor em um ato de generosidade. Esse gesto salvou minha visão e, de muitas maneiras, minha vida”, descreve emocionada.
A cirurgia foi um sucesso e, após um período de recuperação e acompanhamento médico intensivo, Juliana recuperou a capacidade de enxergar claramente. O retorno da visão não só restabeleceu sua independência como também lhe permitiu retomar sua carreira com mais confiança e energia. “É inacreditável como a visão impacta todas as áreas da vida. Fiquei surpresa ao perceber que até minha autoestima estava diretamente ligada a como eu enxergava o mundo ao meu redor”, comenta a arquiteta.
Juliana agora atua como uma fervorosa defensora da doação de órgãos, utilizando sua experiência para sensibilizar outras pessoas sobre a importância desse gesto altruísta. Ela participa de campanhas de conscientização, palestras e eventos voltados para a causa, e usa suas plataformas nas redes sociais para disseminar informações sobre o processo de doação. “Muitas pessoas não compreendem a diferença que podem fazer. É um ato de amor que tem o poder de transformar vidas, assim como transformou a minha”, enfatiza.
Sua história é um testamento vivo do impacto positivo da doação e um apelo urgente para que mais pessoas se tornem doadores. “Precisamos falar abertamente sobre a doação de órgãos e tecido. Cada conversa pode abrir corações e salvar vidas. A generosidade de um ato como esse é um legado imensurável de amor e esperança”, conclui Juliana.
A jornada de Juliana Almeida reflete uma verdade universal: a solidariedade pode iluminar os dias mais sombrios. Seu exemplo inspira e reitera a essência humana de cuidar uns dos outros, perpetuando uma corrente de bondade que ultrapassa as barreiras da própria vida.