Na PM-AL, o processo de introdução desses animais começa já com a seleção e reprodução. Ao nascer, cada potro é identificado numericamente e recebe um nome com uma inicial alinhada ao mês de seu nascimento. Este ato marca o início de um ciclo de formação que envolve dessensibilização e adestramento, preparando cada cavalo para enfrentar situações exigentes com calma e eficiência. Um exemplo emblemático é o fera Hércules, garanhão reprodutor da raça Brasileiro de Hipismo, que lidera a nova geração de montarias.
Por trás de todo o rigor do treinamento, o relacionamento entre cavalo e cavaleiro acaba se tornando uma história à parte. A ligação entre o cavalo Palhaço e o sargento Cristiano de Lima ilustra perfeitamente essa conexão. Com um histórico desafiador, Palhaço era conhecido por seu comportamento difícil, mas encontrou em De Lima um parceiro que o compreendeu e domou sua natureza rebelde. Juntos, enfrentaram situações complicadas durante missões externas e construíram um elo que se estendeu além do serviço.
A estrutura da Cavalaria possui áreas específicas dedicadas ao bem-estar e eficiência dos animais. Desde a alimentação controlada nas baias até a minuciosa ferradoria, tudo é cuidadosamente planejado. O sargento Caio Raniele, com formação em Medicina Veterinária, é um dos responsáveis pelos cuidados preventivos e tratamentos.
Nos momentos de aposentadoria, os cavalos são honrados com cerimônias que simbolizam sua contribuição e sacrifício. Lua Clara, recentemente aposentada, foi homenageada com uma coroa de alimentos. Este ritual fecha um ciclo de dedicação e lealdade.
O trabalho da Cavalaria é mais que uma mera exibição de força e tradição; é uma dança de confiança e parceria entre homem e animal. É por meio de histórias como a de Palhaço e De Lima que compreendemos a verdadeira essência dessa relação. Em cada missão, em cada treinamento, a PM-AL continua a honrar aqueles que têm a lealdade selada pelo serviço silencioso, mostrando que, dentro da farda e acima da sela, existem heróis com quatro patas que raramente recebem o devido reconhecimento que merecem.