Figura central desta história é Mãe Miriam, designada Patrimônio Vivo de Alagoas, que considera tal reconhecimento não apenas um título, mas sim um reflexo da sua fé e dedicação à cultura afro-brasileira. “Ser reconhecida como patrimônio vivo é um testemunho da minha fé e do caminho percorrido. Espero que inspire as futuras gerações a lutarem por suas crenças”, comenta Mãe Miriam com entusiasmo.
Através de uma abordagem que valoriza a diversidade e a inclusão, o governo de Alagoas, sob a liderança de Mellina Freitas, secretária de Estado da Cultura, reafirma seu compromisso com a memória e a identidade de seu povo. Freitas destaca a relevância destas políticas públicas não apenas em termos culturais, mas também como ações reparatórias e simbólicas que visam a construção de uma sociedade mais justa e enraizada em sua diversidade.
Perolina Lyra, superintendente de Patrimônio e Diversidade Cultural da Secult, ressalta que o investimento na cultura afro-brasileira e nos povos tradicionais é um ato de respeito e preservação da história e identidade locais. Essas iniciativas não apenas combatem preconceitos como o racismo e a intolerância religiosa, mas celebram a variedade cultural que define o estado de Alagoas.
A ação inclui a produção de conteúdos audiovisuais que elevam a visibilidade das comunidades afro-brasileiras, promovendo reconhecimento e combatendo o racismo estrutural. Em fevereiro passado, um vídeo institucional intitulado “Xangô – Fé e respeito” destacou a colaboração de profissionais negros, reforçando a importância da representatividade.
A existência de Mãe Neide e Mãe Mirian como patrimônios vivos de Alagoas sublinha a reverência e a conservação de tradições ancestrais, guardando a memória viva das religiões de matriz africana em solo alagoano. O fortalecimento dessas práticas culturais é essencial não só para o presente, mas como um legado para as futuras gerações, que poderão se inspirar nessas histórias de resistência e luta por identidade e dignidade.