Durante o mesmo período, o estado realizou um total de 79 transplantes. Entre os órgãos transplantados, destacam-se 72 córneas, quatro fígados e três rins. Além disso, Alagoas disponibilizou 22 órgãos para outros estados, mostrando um empenho não só em atender à demanda interna, mas também em colaborar com transplantes em outras regiões do país.
Um dos casos que exemplificam essa onda de solidariedade é o de Kamila Vitória, uma estudante de 21 anos, que autorizou a doação de órgãos de seu avô de 71 anos. Internado no Hospital Geral do Estado (HGE) em Maceió, ele evoluiu para morte encefálica em julho deste ano. “O meu avô sempre fez tudo pela família e gostava de caridade. Nosso ‘sim’ representou sua última doação em vida”, contou Kamila, emocionada.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Daniela Ramos, sublinhou que este aumento é resultado de uma maior sensibilização da população sobre a importância da doação de órgãos. Ramos destacou a importância da comunicação entre familiares sobre o desejo de ser um doador, uma vez que a legislação brasileira exige autorização familiar para a doação ser efetuada.
A Central de Transplantes de Alagoas tem se destacado por suas estratégias de sensibilização e humanização, incluindo capacitações e campanhas ativas, além de um atendimento mais acolhedor às famílias enlutadas. “Estamos realizando uma união de forças para integrar toda a Rede Estadual de Saúde e facilitar a articulação para a solicitação da doação de órgãos”, justificou Ramos.
O processo de doação só é iniciado após o diagnóstico de morte encefálica, que deve ser confirmado por uma série de exames clínicos, testes de apneia e exames de imagem. Esses procedimentos são realizados seguindo as diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM).
O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, destacou o papel fundamental do governo estadual na estruturação das unidades de saúde, garantindo a eficácia na captação de órgãos. “O apoio governamental tem sido crucial para que as unidades de saúde como o Hospital Geral do Estado, Metropolitano, da Mulher e de Emergência do Agreste possam realizar captações com eficiência”, afirmou Miranda.
Atualmente, 547 pessoas aguardam em Alagoas por um transplante, sendo 513 à espera de córneas, 30 de rins e quatro de fígado. A distribuição dos órgãos segue critérios de urgência, tempo de espera e compatibilidade, conforme regulado pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.