O diretor Walter Salles não pôde comparecer à cerimônia, mas contou com a presença do cantor uruguaio Jorge Drexler, que trabalhou com Salles em “Diários de Motocicleta” e recebeu o prêmio em seu nome. Drexler leu uma mensagem escrita por Salles na qual o diretor dedicou a vitória ao cinema brasileiro, a grandes personalidades como Eunice Paiva, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.
Na mensagem, Salles expressou sua gratidão à Academia e aos acadêmicos por esta honra incomparável. Ele ressaltou a importância deste prêmio não apenas por ser a primeira vez que um filme brasileiro era indicado, mas também pela admiração que tem pela cultura ibero-americana e pelo cinema espanhol.
O motivo da ausência de Salles na premiação foi sua participação em um debate entre os indicados ao Oscar, que aconteceria no dia seguinte em Santa Barbara, na Califórnia. Em seu recado, o diretor também fez questão de destacar o trabalho de renomados cineastas espanhóis e da atriz Marisa Paredes.
“Ainda Estou Aqui” competiu e venceu filmes como “Agarrame Fuerte” (Uruguai), “El Jockey” (Argentina), “No Lugar da Outra” (Chile) e “Memorias de Un Cuerpo que Arde” (Costa Rica) na categoria de Melhor Filme Ibero-americano.
Este reconhecimento é tido como um equivalente espanhol ao Oscar, evidenciando a importância e relevância nacional da premiação. A obra de Salles, que retrata a história de Eunice Paiva durante a ditadura militar brasileira, acumulou indicações importantes em diferentes premiações de cinema ao redor do mundo.
É importante ressaltar que no Oscar, que ocorreria em março, “Ainda Estou Aqui” também estava indicado em categorias como Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Torres. A atriz já havia sido premiada com o Globo de Ouro pelo seu desempenho no filme.
Dessa forma, o filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” conquista um importante reconhecimento internacional, colocando o cinema nacional em destaque na cena cinematográfica global.