AGU defende inconstitucionalidade de lei que anistiou multas durante a pandemia em SP, beneficiando Bolsonaro e outros.

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer favorável à declaração de inconstitucionalidade de uma lei do estado de São Paulo que anistiou multas aplicadas durante a pandemia de Covid-19. A manifestação da AGU veio em resposta a uma ação apresentada na Corte pelo PT.

A medida em questão foi proposta pelo governador Tarcísio de Freitas e aprovada pelos deputados antes de ser sancionada em novembro. A lei teria como um dos beneficiários o ex-presidente Jair Bolsonaro, que devia quase R$ 1 milhão em multas, mas que acabou pagando a dívida no mesmo dia em que o projeto foi protocolado.

Segundo a AGU, a anistia das multas aplicadas durante a pandemia fragiliza a autoridade fiscalizatória do Estado e acaba legitimando comportamentos hostis e arredios às normas sanitárias, como o uso de máscara. A ação do PT argumenta que a medida contraria o direito à saúde e o caráter educacional da sanção.

A AGU também alega que a anistia das multas representa um “modelo de leniência geral e incondicionada para beneficiar infratores de medidas sanitárias”, indo contra o dever de proteção da saúde pública.

Em contrapartida, o governo de São Paulo defende que a insistência na cobrança das multas sobrecarregaria a estrutura administrativa e agravaria os efeitos econômicos da pandemia, anulando assim os benefícios sociais decorrentes da possível arrecadação.

Diante dessas argumentações, a decisão do STF sobre a constitucionalidade da lei de anistia de multas aplicadas durante a pandemia será de extrema importância para definir os limites da autoridade fiscalizatória do Estado e a proteção da saúde pública. A discussão sobre a validade ou não dessa lei continuará gerando polêmica e mobilizando diversos setores da sociedade.

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