Os manifestantes, que chegaram em tratores e caminhões basculantes, empunhavam bandeiras húngaras e cartazes com slogans incisivos. Entre as mensagens, destacavam-se frases como “Não queremos farinha e carne ucranianas”, “Parem os grãos da Ucrânia” e “O Acordo Verde é um beco sem saída”. O clima de insatisfação foi amplamente apoiado pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que comentou nas redes sociais sobre o impacto destrutivo que a proposta de Bruxelas teria sobre a agricultura do país. Ele enfatizou a necessidade de resistência radical e mencionou que uma rebelião estava prestes a começar.
Orbán não se furta a usar sua plataforma para fortalecer o movimento, compartilhando imagens do protesto e se posicionando em defesa dos agricultores, que se sentem ameaçados pela possível entrada da Ucrânia na União Europeia e pelo influxo de produtos ucranianos que poderiam prejudicar a economia local. A proposta orçamentária discutida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, contempla um orçamento plurianual entre 2028 e 2034, totalizando 2 trilhões de euros, quase 13 trilhões de reais.
A situação evidencia uma crescente tensão dentro da União Europeia em relação às políticas agrícolas e à concorrência entre os países membros. Os agricultores húngaros, ao manifestarem sua indignação, trouxeram à tona preocupações sobre como a integração da Ucrânia na UE poderá afetar a indústria agrícola não apenas na Hungria, mas em toda a região. O uso do esterco como um símbolo de revolta exemplifica a intensidade do descontentamento entre aqueles que sustentam a agricultura húngara e que veem suas vidas e profissões ameaçadas por políticas diante das quais se sentem impotentes.