A aliança sindical FNSEA e Jovens Agricultores (JA) escolheu como alvo, em sua primeira semana de mobilização, o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, reforçando a oposição a este acordo. Na segunda semana de ações coordenadas, a mira dos agricultores se voltou para o que consideram “obstáculos” ao desenvolvimento do trabalho no campo: prefeituras, agências de água e centros de pesquisas ambientais.
Os recentes protestos, que anteriormente se concentraram em áreas rurais, agora se deslocaram para a região de Paris, onde cerca de cem manifestantes ergueram uma barricada simbólica de papelão em frente à Anses. Durante a madrugada, o Inrae também foi alvo de bloqueios. Os líderes sindicais destacaram a necessidade de mudanças, sugerindo até mesmo a transferência da agência para Bruxelas, conforme declarou o líder Cyrille Milarde à AFP.
A revolta dos agricultores é alimentada pela sensação de que institutos como o Inrae, que deveriam contribuir para o setor agrícola, acabam impondo entraves e reduzindo a produção. A proibição de agrotóxicos sem alternativas eficazes tem gerado prejuízos para os agricultores, como relatou o produtor Rémi Pierrard, membro da aliança sindical. A ministra da Agricultura condenou os ataques, ressaltando a importância de buscar soluções que atendam às demandas legítimas dos agricultores.
Diante desse cenário de tensão e conflitos, a voz dos agricultores franceses se ergue em clamor por mudanças e por um diálogo mais efetivo com os órgãos responsáveis. A luta contra os obstáculos ambientais e as restrições que afetam sua produção é o mote que impulsiona esses protestos, que buscam chamar a atenção para a importância do setor agrícola no país.
